Oblivion (2013)

•abril 21, 2013 • Leave a Comment

Veja o trailer aqui!

Título original: Oblivion     Oblivion-Trailer-Screenshot

Origem: EUA

Diretor: Joseph Kosinski

Roteiro: Joseph Kosinski, Karl Gajdusek, Michael Arndt

Com: Tom Cruise, Morgan Freeman, Olga Kurylenko, Andrea Riseborough

Essa crítica vai hoje para os amantes de ficção científica, como eu.

O filme de Kosinski certamente não virará um clássico, não tem força nem originalidade para tanto. Porém, para os que apreciam as naves, computadores e as mais diversas invenções dos filmes de ficção científica, ele pode deixar lá algumas marcas.

Vamos à história primeiro.

Em 2077, Jack Harper (Tom Cruise) é o encarregado da segurança de uma operação que visa retirar da Terra os recursos ainda existentes. Para isso, ele se ocupa da manutenção dos drones – robôs redondos e brancos, superpoderosos, encarregados eles próprios da patrulha do devastado planeta Terra, agora só povoado pelos misteriosos e perigosos Saqueadores.

Em 2017 a Terra entrou em guerra contra alienígenas e saiu vitoriosa. Teve, no entanto, sua lua destruída e, com isso, o planeta completamente revirado. Assim como em Wall-E (2009), os humanos sobreviventes foram evacuados para uma colônia espacial.

Para ajudá-lo em seu trabalho, Jack conta com Vika (Andrea Risebourough), com quem mantém também uma relação conjugal. Eles formam uma “boa equipe” e um casal.

Os dois são os únicos habitantes humanos do planeta e levam uma bem vida rotineira, enquanto aguardam o dia de serem levados de volta para a colônia espacial. Moram em um apartamento-torre suspenso no ar, absolutamente divino! A piscina é de fazer inveja a qualquer projeto arquitetônico mundial. Essa seja, talvez, uma das marcas que, imagino, devam ficar impressas nas mentes ávidas de modernidade. Juntamente, claro, com a nave pilotada diariamente por Jack, que é super bem bolada! Mas o mais interessante é que a tecnologia dos dispositivos utilizados nesse filme nos parece bem plausível, nada muito distante da realidade que já vemos por aí. O que acaba por nos aproximar desse futuro pintado na tela!

Vika trabalha de “casa”, fazendo o meio-de-campo entre Sally (Melissa Leo) – que fica na nave-mãe, dando os comandos – enquanto Jack, o trabalhador braçal, voa todo dia em sua pequena nave, descendo até a Terra destruída para consertar os drones ameaçados pelos Saqueadores.

Tudo vai bem até que, a duas semanas do fim da missão, Jack é surpreendido pela chegada de uma nave espacial com humanos encapsulados (dormindo). E nela está Julia (Olga Kurylenko), uma moça que habita seus sonhos e que vai ajuda-lo a descobrir “a verdade”.

A partir daí, o ritmo do filme se intensifica. Jack vai, pouco a pouco, fazendo descobertas que vão abalar tudo o que acreditava até então. Mas não vou falar mais, pois estragaria o prazer de quem vai assistir ao filme. Só adianto que elas são não são muito diferentes de inúmeras histórias que já vimos no passar dos anos. Nada de grandes novidades! Aliás, parece que Kosinski se divertiu ao encher o filme de referências a uma porção de obras de ficção já feitas.

Para os amantes do gênero, uma boa pedida é, então, tentar relacionar essas referências aos filmes que lhes inspiraram. O robô-nave-mãe, por exemplo, é muito parecido com o robô de 2001, Uma odisseia no espaço (1968)HAL 9000. A sequência da plantinha, quando Jack entrega à Vika uma lata com uns verdinhos dentro, é Wall-E puro!

Isso porque, assim como o robozinho chapliniano da Pixar, Jack sofre de uma nostalgia do que não viveu. Ele é um romântico, um sonhador. E, assim como seu colega de lata, coleciona objetos “preciosos” que vai encontrando pelo caminho, marcas de uma Terra ainda cheia de vida.

Para os amantes da música, o filme também oferece algumas pérolas: Led Zeppelin, Duran Duran, Asia…

Oblivion, certamente, não é uma obra-prima da ficção científica, mas é um filme bem ritmado, bem feito e interessante, que proporciona bons momentos de diversão. Um filme PRA SE DISTRAIR.

Maioria Absoluta (1964)

•abril 17, 2013 • Leave a Comment

Recomendo fortemente o curta-metragem Maioria Absoluta, de Leon Hirszman, que trata sobre a questão do analfabetismo no Brasil.     maioria-absoluta

Filmado em 1963, editado no primeiro trimestre de 1964 e terminado depois do golpe militar, o filme só foi liberado ao público no início dos anos 1980.

Realizado com a estética típica do cinema direto – personagens reais, som direto, luz natural – o documentário mostra a realidade nua e crua de nosso País nos anos 1960 e é, por isso mesmo, um excelente registro histórico, de grande valor antropológico.

Hirszman deu, com seu filme, voz ao povo analfabeto brasileiro que, com grande sabedoria, explica a nós, espectadores, a situação enfrentada pelos camponeses da época.

O filme faz parte do badalado Cinema Novo e conta com equipe de peso:

Montagem: Nelson Pereira dos Santos.

Narração: Ferreira Gullar.

Som: Arnaldo Jabor.

Fotografia: Luis Carlos Saldanha.

Elenco: O povo brasileiro

Veja a primeira parte do filme aqui!

Os Croods (2013)

•abril 16, 2013 • Leave a Comment

Veja aqui o trailer!

Título original: The Croods     The-Croods-imagem-600x340

Origem: EUA

Diretor: Chris Sanders, Kirk De Micco

Roteiro: Chris Sanders, Kirk De Micco

Com as vozes de: Nicolas Cage, Ryan Reynolds, Emma Stone, Catherine Keener, Chris Sanders

Há tempos não via um filme de animação tão lindo, encantador e “redondo”!

Grande fã que sou de animação, sobretudo com a assinatura Pixar, há alguns anos, desde Toy Story 3 (2010), venho esperando um filme que me embale, que me toque tanto como Up (2009) me tocou, ou como Wall-E (2008), ou Nemo (2003). Mas, ultimamente, nada!

Vieram Como treinar seu dragão (2010), da DreamWorksRio (2011), da BlueSky e Rebelde (2011), da Pixar – que são fofos, lindinhos, mas não encantam! Falta-lhes algo! Um não sei o quê que costumo chamar “poesia”.

No ano passado, o filme de animação americano que mais me chamou a atenção foi Detona Ralph, que, apesar de um tema nada “poético” (jogos eletrônicos), surpreendeu-me positivamente, tocando-me mais do que seus concorrentes.

Mas, eis que neste ano, quando já estava um pouco desencantada com a animação americana, o estúdio DreamWorks me fez “ver estrelas” de novo, ou mais precisamente, “faíscas de fogo”!

Com uma história de base filosófica – o mito da caverna de Platão – Os Croocs encanta pela simplicidade  do roteiro e pelo equilíbrio perfeito entre o humor e a poesia.

O filme é composto por diálogos inteligentes, sem cair no exagero, no piegas, nem nas piadinhas sem graça que costumam se reproduzir em progressão geométrica nos filmes de animação destinados ao público infantil.

A história se passa na Pré-História, numa época em que o Planeta Terra era habitado por feras terríveis e por homens que ainda caminhavam nas “quatro patas”. Bom, pelo menos, é o caso da família em destaque no filme: Os Croods.

Uma família unida, composta por Grug (Nicolas Cage) pai-grandalhão-forte -chefe-protetor, Ugga (Katherine Keener) mãe-mais-ou-menos-submissa-sensata-protetora, Eep (Emma Stone) filha-forte-rebelde-curiosa, Thunk (Clark Duke) filho-medroso-submisso-não-muito-inteligente, Sandy (Randy Thom) filhinha-corajosa-forte-esquisita e por Gran (Cloris Leachman), uma avó-sogra-imortal-implicante-divertida.

Os seis vivem “felizes” em uma caverna que os protege, abriga e esconde dos perigos (e prazeres) terrenos. O pai, líder do grupo, prega o medo como o melhor aliado à sobrevivência, incentivando todos a sempre temerem o desconhecido e a acreditarem que o novo é um mal a ser evitado.

Acontece que a jovem rebelde Eep, insatisfeita com o que o pai chama de vida, se questiona sobre a razão da existência. Para quê existir se o objetivo é ficar eternamente confinado na escuridão e na ignorância do mundo ? É nada ver, nada experimentar, nada conhecer?

Uma noite, ao observar uma luz estranha vindo de fora, ela sai da caverna sem a permissão do pai. Vê sombras assustadoras nas paredes rochosas do canyon em que vivem. Assustada, mas ardendo de curiosidade, ela segue em frente e descobre Guy (Ryan Reynolds), um humano, jovem como ela, mas que, ao contrário de Eep, vive só e  solto pelo mundo, fora das cavernas. Um andarilho esquisito que persegue a luz do sol com o objetivo de chegar ao “amanhã” e que a apresenta à beleza e à magia do fogo.

Guy é um visionário e diz a Eep que eles têm de fugir dali, pois o mundo como eles conhecem vai acabar. A terra vai tremer, fendas profundas vão se abrir, fogo e lava vão destruir tudo e o mundo vai mudar.

Eep não pode partir com Guy, pois não quer deixar sua família para trás. Seu pai, claro, não acredita em nada do que ela fala e vê ali um perigo gigantesco. No entanto, as previsões de Guy acontecem. E os Croods, depois de terem sua caverna destruída,  são obrigados, contra a vontade de seu chefe, a fugir e a se lançarem numa viagem sem destino, rumo ao desconhecido.

Começa aí, então, um road-movie de animação (sem as roads, claro!) – estilo A Era do Gelo, mas com infinitamente mais magia e poesia – com paisagens que variam, novos personagens que surgem e se incorporam ao grupo e grandes descobertas pessoais e mundanas, interiores e exteriores, físicas e espirituais.

Algumas sequências são de tirar o fôlego, quer seja pela beleza visual, pela beleza da mensagem ou pelo ritmo, montagem e excelente uso do 3D.

A sequência da caça, por exemplo, no início do filme, é fantástica, acelerada, tensa e divertida. Sentimos toda a tensão dos personagens. Estamos com eles correndo, tentando chegar de volta à caverna. Composta de planos filmados de ângulos diversos, esdrúxulos, loucos, faz lembrar a sequência inicial de Toy Story 3, que nos enche igualmente de adrenalina e nos fisga a atenção nos primeiros minutos do filme.

A sequência da Terra se abrindo, quebrando, transformando-se é, por sua vez, intensa, assustadora, super bem feita! A sensação que temos é a de que os pedaços vão cair em cima de nós. Percebemo-nos, então, encolhendo na poltrona do cinema, tentando desviar das pedras que caem.

Já a cena de Eep usando a concha para chamar o pai, mais para o final do filme, é suave, delicada, linda, linda, linda (quero ver quem resiste a derramar algumas lágrimas)! Sem falar de tantos outros momentos do filme em que a poesia toma conta, com faíscas de fogo dançando bem em frente aos nossos olhos, ou com a luz invadindo a cena e a nossa alma!

Ahhhh, se você é uma alma sensível à beleza e à poesia, criança ou adulto, não importa. Não se iniba pelo fato da sala estar repleta de criancinhas. Saia da caverna, corra ao cinema e deixe-se deliciar pelas aventuras dessa família divertida, desajeitada, unida e que tem muito a nos ensinar!

Um filme PRA SE DIVERTIR e PRA SE ENCANTAR.

Como Possuir um Lissu (2012)

•abril 6, 2013 • Leave a Comment

Veja o trailer aqui!

Título original: Gambit     Gambit-UK-Poster

Origem: EUA

Diretor: Michael Hoffman

Roteiro: Joel e Ethan Cohen

Com: Colin Firth, Cameron Diaz, Alan Rickman, Stanley Tucci, Tom Courtenay

Mais para Pantera Cor de Rosa do que para Um Homem Sério, o último filme de Michael Hoffman, roteirizado pelos irmãos Cohen, é bem leve, divertido, caricato e surpreendente (para quem nunca assistiu a versão dos anos 1960, claro).

Mas não vá esperando a densidade e a angústia tão características dos filmes dos irmãos Cohen! Desta vez, parece que a dupla resolveu tirar umas férias da seriedade e mergulhou de vez no mar da diversão.

Trata-se de um remake do filme de mesmo título, estrelado em 1966 por Michael Caine e Shirley MacLaine, e dirigido por Ronald Neame, mas com ambientações e caracterizações de personagens bem diferentes.

A versão 2012 retraça a “jogada de mestre” de Harry Deane (Colin Firth), um curador de arte  britânico que, cansado de ser humilhado e moralmente assediado por seu chefe – o milionário Lorde Shahbandar (Alan Rickman) – resolve se vingar, fazendo-o comprar um falso Monet.

Para por seu plano em ação, Deane conta, em primeiro lugar, com o apoio e sabedoria de seu fiel escudeiro, o Major Wingate (Tom Courtenay), formando com ele um duo cômico de primeira, em um formato que lembra muito os filmes do tipo Pantera Cor de Rosa, Johnny English, etc. No entanto, ele precisa de algo mais, ou de mais alguém que se converta em uma isca perfeita para fisgar seu chefe. E é por isso que Deane vai atravessar o oceano, indo encontrar ajuda na figura de uma cowgirl texana, a encantadora, “ingênua” e exagerada P.J. Puznowski (Cameron Diaz).

Deane tem um plano simples e claro em sua mente. Acontece que as coisas não vão sair exatamente como ele previa e o filme vai descambar para a comédia nua e crua, com risos garantidos!

Como Possuir Lissu tem uma linguagem quase de cartoon, com uma narração divertida e caricata (elemento, aliás, que permite-nos reconhecer os dedos dos irmãos Cohen) e com transições tipo volet (cortinas), que vão arrastando as imagens lateralmente ou verticalmente, bastante utilizadas por George Lucas em Guerra nas Estrelas. Mas caricatura talvez seja “a” palavra de ordem desse filme. Tudo é iverossímel,  burlesco, exagerado. A cena dos japoneses confirma essa sensação.

E talvez por isso mesmo o filme tenha sido tão mal recebido pelas críticas inglesa, americana e francesa. Uma pena! Pois o filme é bem divertido! E Colin Firth está hilário de trapalhão, provando que tem talento de sobra para interpretar qualquer tipo de papel.

Meu conselho:  Não vá ao cinema esperando uma obra-prima, nem um filme-cabeça, muito menos um filme com a assinatura Cohen. Nada disso! Vá, porém, com o espírito aberto, pronto para se divertir, para dar boas gargalhadas e desopilar o fígado. Você vai ver que vale a pena!

Deixe o preconceito em casa e enjoy!

Um filme PRA SE DIVERTIR e PRA RIR.

Oz: Mágico e Poderoso (2013)

•abril 5, 2013 • Leave a Comment

Veja o trailer aqui!

Título original: Oz: The Great and Powerful     Oz-Magico-e-Poderoso

Origem: EUA

Diretor: Sam Raimi

Roteiro: Mitchell Kapner, David Lindsey-Abaire,

Com: James Franco, Mila Kunis, Rachel Weisz, Michelle Williams

Depois de Alice no País das Maravilhas, Branca de Neve (em duas versões), Chapeuzinho Vermelho, João e Maria e tantos outros clássicos revisitados, chegou a hora e a vez de O Mágico de Oz.

A obra do escritor americano L. Frank Baum, publicada pela primeira vez em 1900, transformada em filme por Victor Fleming em 1939, e, imediatamente catapultado a grande clássico da história do cinema, ganha agora novas cores,  direção e tecnologia.

Para dirigir esta nova aventura em 3D, o escolhido foi Sam Raimi, autor da trilogia Homem-Aranha e dos três clássicos de horror cômico americano dos anos 80, The Evil Dead.

Mas a versão 2013 não conta exatamente a mesma história levada às telas por Fleming. Nada de Dorothy (insubstituível Judy Garland), nem Homem de Lata, nem Leão, nem Espantalho. Oz: Mágico e Poderoso conta, na verdade, o que precedeu a chegada de Dorothy e seus amigos à cidade das Esmeraldas. Conta como aquele mágico poderoso ali chegou e como tomou aquela misteriosa forma de cabeça flutuante.

Independente da história contada, o filme é, antes de mais nada, uma grande e linda homenagem à sétima arte, assim como foram recentemente os magníficos Hugo Cabret (2011) e O Artista (2011). Uma bela lição de história do cinema, com a exibição de uma série de dispositivos que antecederam à criação do cinematógrafo, dando destaque para a importante figura de Thomas Edison. Uma pérola rara para quem curte história do cinema!

O filme já começa em preto e branco, num formato quadrado, característico do cinema dos primeiros tempos. A ambientação do início é, aliás, fantástica, com a reconstrução das famosas fêtes foraines (feiras ou quermesses) tão comuns na virada do século, com seus museus de cera, shows de mágica, espelhos deformantes e muito mais. É lá que o ilusionista Oscar “Oz” Diggs (James Franco), trabalha, faz sua vida e “ilude” o público (e as moçoilas) com seus números de magia.

Só depois do furacão, que leva o falso mágico, à Oz é que o filme muda seu formato para Cinemascope (retangular, comprido) e adentra o fascinante mundo do Technicolor, grande novidade tecnológica nos anos 1930.

Dali em diante, vamos reconhecer alguns personagens da versão antiga, como a bruxa boa Glinda (Michelle Williams), as bruxas más Evanora (Rachel Weisz) e Theodora (Mila Kunis), os pequeninos Munchkins, sem falar nos cenários super coloridos, dignos dos melhores contos de fada. Tudo muito bem feito, fazendo excelente uso da tecnologia que o século XXI trouxe ao cinema. A 3D – que não é coisa deste século, mas foi nele redescoberta – é, aliás, impecável. Nem demais, nem de menos.

Com relação à música, a versão de Sam Raimi não é tão “musical” como o clássico de Fleming. Há poucos momentos de “números musicais” e os personagens não falam via canções (para a alegria dos que sofreram recentemente assistindo Os Miseráveis). Fora isso, o diretor estava consciente da façanha que seria conseguir repetir um fenômeno do porte de Somewhere over the rainbown. Optou, então, por outro caminho. Chamou o competente Danny Elfman,  que criou para o Oz de 2013 uma trilha original, moderna e bonita. Mas não é preciso nem dizer que nenhuma música do filme chega aos pés daquela cantada por Judy Garland em algum rancho perdido do Kansas, clássico absoluto da música no cinema.

Oz: Mágico e Poderoso é um filme divertido, gostoso de assistir, cheio de fantasias e de referências à história do cinema. Há algumas cenas, porém, que podem assustar os pequenos, mas encantar os mais velhinhos (como eu).

Um filme PRA SE DIVERTIR.

As Sessões (2012)

•abril 2, 2013 • Leave a Comment

Veja aqui o trailer do filme!

Título original: The Sessions  url1

Origem: EUA

Diretor: Ben Lewin

Roteiro: Ben Lewin

Com: John Hawkes, Helen Hunt, William H. Macy

Eis aqui mais um filme da chamada “indústria independente americana” que cresce a passos largos, ocupando uma fatia cada vez maior na grande indústria cinematográfica dos EUA, invadindo pouco a pouco a poderosíssima indústria comercial hollywoodiana.

O novo filhote do diretor polonês naturalizado australiano Ben Lewin é forte e impactante, tratando de maneira leve, delicada, honesta e direta, de um tema ainda tabu – sexualidade dos deficientes físicos – sem jamais cair na vala do sentimentalismo barato, nem da pornografia!

O filme transpõe para o cinema o relato do poeta e jornalista Mark O’Brien – paralisado do pescoço para baixo em função de uma poliomielite na infância – publicado em forma de artigo pela revista americana Sun em 1990.

Embora preso a seu próprio corpo e a um pulmão de ferro (ele passa boa parte de seu dia e todas as suas noites em uma engenhoca digna de Julio Verne), O’Brien (brilhantemente interpretado por John Hawkes) começa a se questionar sobre a sua condição de virgem e a imaginar como seria poder vivenciar os prazeres da carne. Coincidentemente, na mesma época, ele recebe uma proposta para escrever um artigo sobre a sexualidade dos deficientes e, para tanto, é obrigado a entrevistar pessoas a fim de aprender sobre suas experiências e vivencias sexuais. Situação que lhe constrange um bocado, em função de sua condição de virgem e, sobretudo, de católico praticante – esse ser eternamente culpado –  mas que, ao mesmo tempo, lhe desperta ainda mais o desejo sexual.

Durante sua pesquisa de campo, ele acaba conhecendo Cheryl (Helen Hunt), uma terapeuta sexual, casada e mãe de família, que aceita trata-lo com o objetivo de faze-lo conhecer seu próprio corpo, explorando suas zonas de prazer.

Para tomar a decisão de fazer a terapia, O’Brien resolve, no entanto, primeiro se confessar com seu padre de confiança, Padre Brandon (William H. Macy), e pedir sua benção. O padre  é extremamente liberal, aberto e entende a situação do jornalista, dando-lhe sua benção e até rezando com ele. Este é, aliás, um ponto bem interessante do filme. Poucas vezes a igreja católica foi representada de forma tão positiva como em As Sessões, apresentando-nos um padre sensato, aberto, interessado e presente na vida de seus fiéis. Daquele tipo que a Igreja Católica está precisando “reproduzir”.

A questão religiosa é, na verdade, abordada constantemente pelo filme, já que cada novo passo do protagonista corresponde a uma nova confissão, em uma série de cenas pra lá de divertidas, com diálogos interessantíssimos entre “pecador” e confessor. O roteiro, também assinado por Lewin, é, aliás, repleto de diálogos inteligentes, de humor afiado, e de grande sensibilidade, alternando momentos divertidos com momentos sérios, ironia com franca exposição da alma.

Para seu filme, Lewin optou por uma mise-en-scène clássica, descomplicada, sem novidades, porém sensível, elegante, mostrando apenas o suficiente para a boa compreensão do enredo. Apesar de direto e explícito, com muitas cenas de intimidade entre o casal Cheryl-O’Brien, o filme não passa nem perto do gênero pornô. Tudo é feito com muito respeito e com a distância necessária.

O diretor – ele próprio também vítima de poliomielite – poderia certamente ter se aprofundado um pouco mais sobre cada personagem. Acabamos pouco sabendo sobre os enfermeiros que cuidam de O’Brien, sobre sua família ou mesmo sobre seu futuro relacionamento. Mas este não parece ser o objetivo do filme. A grande questão é mesmo a sexualidade dos deficientes físicos e a descoberta do prazer carnal sem culpa. Sendo talvez a “culpa” a grande protagonista dessa história, já que ela é a causadora de muitos problemas de relacionamento, afetando uma grande parte da humanidade – deficiente físicos ou não – que padece para aceitar o sexo como algo natural e não como um pecado.

As Sessões nos faz, de certa maneira, lembrar de Intocáveis (2011) – filme francês que tanto sucesso fez no ano que passou. Afinal, ambos trazem para a telona histórias reais vividas por deficientes físicos. E apesar de situados em ambientes totalmente distintos, ambos tratam de libertação. De almas que se libertam da prisão de seus corpos para encontrarem a felicidade. No filme francês, a libertação está na descoberta da felicidade por meio da simplicidade, das coisas pequenas da vida. Já em As Sessões ela – a libertação – chega com a descoberta do prazer sem culpa, com a morte do pecador que incutiram em cada um de nós.

Um filme PRA PENSAR.

A Suprema Felicidade (2010)

•março 26, 2013 • Leave a Comment

Origem: Brasil    a-suprema-felicidade 1

Diretor: Arnaldo Jabor

Roteiro: Arnaldo Jabor

Com: Marco Nanine, Elke Maravilha, Dan Stulbach, Mariana Lima, Jayme Matarazzo, Maria Flor, Maria Luísa Mendonça

Não se iluda pelo título!

Assim como o La dolce vita de Fellini não tem nada de doce, A Suprema Felicidade de Arnaldo Jabor também não tem nada (ou quase nada) de feliz!

Ao contrário, o filme é pesado, carregado de amargura, de nostalgia, apresentando-nos uma felicidade tangível sim, mas bem difícil de ser apalpada pela maioria de nós, mortais.

A história se passa no Rio de Janeiro, pós II Guerra Mundial, e é centrada na vida de Paulinho (Jayme Matarazzo), um menino de classe média, filho de um pai piloto da FAB (Dan Stulbach) e de uma mãe dona de casa (Mariana Lima). Mesmo caso de Jabor, ele próprio filho de um pai da Aeronáutica e de uma mãe dona de casa.

O filme nos coloca diretamente no Rio das marchinhas, da boemia, do Carnaval, do malandro, das prostitutas. Mas tudo soa meio artificial, exagerado, ensaiado, coreografado, como num espetáculo do Eldorado.

Jabor – que começou sua carreira no efervescer do Cinema Novo (anos 60), e que a interrompeu na era Collor (anos 90), dedicando-se desde então ao jornalismo, com seus textos ácidos, de crítica super afiada, irônica, atacando tudo e todos –  volta às telonas com um filme impregnado de seu estilo “verborrágico”.

Dá para reconhecer Jabor em várias falas dos personagens. E se fecharmos os olhos, podemos nos imaginar diante da CBN, do Jornal Nacional ou do Fantástico.

Um filme PRA PENSAR e PRA SE ANGUSTIAR.

Para ler a crítica completa vá ao Blog do CEBRAC – Centro Brasil Cultural  (http://blogdocebrac-acervo.blogspot.ch/).

Au Bout du Conte (2013)

•março 23, 2013 • 3 Comments

Veja aqui um dos teasers do filme!

Título original: Au Bout du Conte     au-bout-du-conte-06-03-2013-11-g

Origem: França

Diretora: Agnès Jaoui

Roteiro: Agnès Jaoui e Jean-Pierre Bacri

Com: Agnès Jaoui, Jean-Pierre Bacri, Agathe Bonitzer, Arthur Dupont,

Encantador, mágico, leve, inteligente, divertido e feliz!

Au Bout du Conte é um conto de fadas pós-moderno que trabalha conceitos sérios por meio da fantasia.

Com direito a Cinderelo (sim, no masculino mesmo, pois aqui quem perde o sapato é o “príncipe”!), vizinho-lobo-mau-charmoso, tia-fada-madrinha, mãe-madrasta-plastificada, espelhos, relógios, florestas e muito mais, o quarto filme da diretora Agnès Jaoui, uma vez mais co-escrito com Jean-Pierre Bacri, é um presente para os olhos, para os ouvidos e, sobretudo, para o coração.

A impressão que se tem é que o duo Jaoui-Bracri se divertiu um bocado ao compor seu novo filme-conto, não se prendendo aos padrões clássicos de mise-en-scène.

Com uma estética dinâmica, lúdica, divertida e trabalhada ao esmero, Au Bout du Conte nos coloca dentro de um universo surreal, fantástico e cheio de incoerências – igualmente presentes em nosso mundo pós-moderno – por meio de grafismos tirados dos livros de histórias infantis, vários usos de câmera lenta, zooms exagerados, lentes que destorcem a imagem, montagens propositadamente artificias e muito mais. Um filme que confronta o tempo todo realidade e fantasia, razão e fé, ceticismos e crenças.

A história se passa na Paris de hoje. Laura (Agathe Bonitzer) é uma menina rica, romântica, filha de um empresário poderoso, acusado de poluir a cidade com suas fábricas, e de uma mãe (madrasta), obcecada pela beleza e pela juventude. Refém de seu mundinho de princesa, aos 24 anos de idade, a menina sonha ainda em encontrar seu príncipe encantado. Como fiel escudeira, ela conta com uma tia-fada-madrinha liberal, Marianne (Agnès Jaoui), uma mulher de meia-idade, professora de teatro para crianças, que continua acreditando na possibilidade de se tornar atriz profissional.

Eis que um belo dia, em um baile, Laura conhece Sandro (Athur Dupont), jovem músico de classe “raladora”, filho único de Pierre (Jean-Pierre Bacri), proprietário de uma auto-escola, homem altamente pragmático, cético, ateu, que não crê em absolutamente nada (ou quase!). Um péssimo pai a quem só cabe prover o sustento da família e mais nada.

Os dois – príncipe e princesa – mal se vêem e logo se apaixonam. Começam a dançar, dançar, rodopiar, numa sequência típica (parodiada) de conto de fadas, e esquecem-se do mundo em volta deles. O relógio anuncia a meia-noite e ele tem de sair correndo para buscar sua mãe, que trabalha até meia-noite em um bar de nome Unicórnio. Sem poder explicar nada à princesa Laura, o príncipe Sandro sai correndo e perde seu sapatão nada charmoso na escada abarrotada de jovens que sobem para o baile.

A partir daí é dada a largada para um filme cheio de fantasias e dramas, com zilhões de referências a um monte de contos de fadas (Chapeuzinho, Cinderela, Alice no País das Maravilhas, Branca de Neve, etc.), mas que trata de maneira leve e bem humorada sobre crises existenciais diversas, vividas pela rica fauna de famílias pós-modernas que compõem a nossa realidade. Crianças somatizando sofrimentos, adultos tentando superar traumas, culpas, medos ou, simplesmente, querendo administrar suas próprias angústias. E lobos-maus que surgem no meio de nossas florestas de pedras, colocando-nos no “mau caminho”.

Tudo isso acompanhado por uma trilha sonora de primeira qualidade, assinada por Fernando Fiszbein, e que segue o filme perfeitamente em sua alternância constante entre fantasia e realidade. Interessante notar a associação da música eletrônica ao personagem do Lobo-Mau, interpretado com muito charme por Benjamin Biolay.

No fim das contas, Au Bout du Conte* é um filme que revisita o tradicional “E viveram felizes para sempre”, apresentando-nos um Final Feliz mais adequado ao nosso conto de fadas de hoje. Um filme PRA SE DISTRAIR.

* “Au bout du compte” é uma expressão em francês que significa “no fim das contas”. O título do filme é, porém, “au bout du conte”, que significa, por sua vez, “no fim do conto”. Um jogo de palavras simples e divertido para um filme que joga com o que, no fim das contas, realmente conta no nosso conto pessoal de cada dia.

20 Ans d’Écart (2013)

•março 17, 2013 • Leave a Comment

Veja aqui o trailer do filme!

Título original: 20 Ans d’Écart

Origem: França       7758861740_20-ans-d-ecart-avec-rtl

Diretor: David Moreau

Roteiro: Amro Hamzawi

Com: Virginie Efira, Pierre Niney, Gilles Cohen, Amélie Glenn, Charles Berling

Uma comédia romântica à la française, deliciosa de assistir!

Parece que os franceses pegaram mesmo gosto pela coisa (ou pelo gênero) e lançam mais uma comédia romântica de primeiro nível, leve, despretensiosa, inteligente e muito gostosa de assistir!

A trama do filme não é exatamente original, mas nem por isso perde seu charme. Trata-se da história de amor entre um rapaz de 19 anos e uma mulher de 38.

Ela, Alice Lantins (Virginie Efira) é uma executiva, editora-chefe de Rebelle, revista destinada ao público feminino. Workahoolic assumida, ela é divorciada, tem uma filha pré-adolescente e não tem tempo para romances sem futuro. Ele, Balthazar (Pierre Niney), é um jovem estudante de arquitetura, morando ainda com o pai (Charles Berling), também divorciado e mais infantil do que o próprio filho. O jovem aspirante de arquiteto se locomove pela cidade em uma scooter rosa com adesivo da Hello Kitty, comprada pelo E-bay. Em sua defesa, ele alega que a foto era em P&B e escondia o adesivo da gatinha que também se aproxima dos 40 anos de idade.

Os dois se conhecem no vôo Rio-Paris. Ela  voltando de uma viagem de trabalho – em que foi em busca do amarelo Brésil – e ele, voltando de uma viagem de mochilão pelo nosso país maravilhoso.

Por uma trapaça do destino, os dois acabam sentando lado a lado na classe executiva. Ela, obviamente, trabalha durante o vôo. Ele, diverte-se com as mordomias da classe a que foi promovido. De repente, uma forte turbulência une os dois seres de realidades tão distintas. Na hora da saída, ela, com muita pressa, acaba deixando para trás sua pen-drive. Excelente pretexto para o rapaz que ficou impressionado pelo charme da balzaquiana!

A executiva foge do menino como quem foge da cruz até descobrir que pode ser ele a chave para sua manutenção no cargo de editora-chefe, de uma hora pra outra ameaçado pela chegada de uma jovem canadense de espírito rebelde.

Ela vai, então, usar o pobre rapaz como estratégia para sua carreira. Ele, que nada desconfia, é extremamente educado, inteligente, apaixonado, romântico, um verdadeiro gentleman à moda antiga. E, sem que ela se dê conta, Balthazar vai, pouco a pouco, fazer a madura (e dura) Alice reencontrar o prazer do presente, o prazer das pequenas coisas da vida, o Carpe Diem.

A história vai, então, se desenrolar, embalada por uma atuação dinâmica, cheia de charme e sensualidade dos dois protagonistas. E por diálogos bem escritos, bem equilibrados, com o humor na medida certa. Nada de exageros ou piadinhas de mau gosto.

Fora o romance, há ainda em 20 Ans d’Écart algumas críticas sociais atuais e pertinentes, tais como o perigo potencial das redes sociais, das fotos que ali são irresponsavelmente postadas e que, muitas vezes, espalham rápido como praga uma imagem errada da situação.

Ou ainda a questão sexista em que se entende como normal e aceitável homens maduros com mulheres jovens (bem mais jovens), enquanto que a situação inversa ainda é vista como escandalosa.

Sem falar na representação da indústria da moda – esse universo vaidoso e competitivo em que “os fins justificam os meios” – numa espécie de paródia elegante a O Diabo Veste Prada (2006), com direito a um desfile de vários de seus estereótipos (ou não?!).

20 Ans d’Écart é assim um filme divertido, bem ritmado e faz com que nós, mulheres à beira dos 40 nos, sintamo-nos poderosas e ainda (ou mais do que nunca) super atraentes!

Os senões do filme ficam por conta das imagens redutoras de um Brasil estereotipado: o país do string (fio dental) e o país dos transexuais. Triste! Fora isso, é divertido ver Pierre Niney tentando falar português, ver as cenas no aeroporto do Rio, com as placas em português (e inglês) e algumas poucas imagens da Cidade Maravilhosa, vistas pela janela do taxi! Foi só um pouquinho, mas para quem está longe como eu, já valeu!

Um filme PRA SE DISTRAIR.

Zaytoun (2012)

•março 9, 2013 • Leave a Comment

Veja o filme aqui!

Título original: Zaytoun

Origem: Israel / Inglaterra   5pqjx_480x270_2ida81

Diretor: Eran Riklis

Roteiro: Nader Rizk

Com: Stephen Dorff, Adallah El Akal, Ali Suliman, Alice Taglioni

Previsível, mas lindo!

Embora a crítica especializada tenha sido bem dura com o último filme do diretor israelita Eran Riklis – mesmo diretor do excelente Lemon Tree e de A Missão do Gerente de Recursos Humanos, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2010 – Zaytoun é bonito, emocionante e nos toca lá no fundo!

Tudo bem que o filme é sim super previsível. Impossível não concordar. Há vários momentos em que, de fato, podemos adivinhar o que nos espera na cena seguinte, o que não é lá muito bem visto pelos profissionais da área. Mas who cares? Para olhos “leigos”, que vão ao cinema em busca de um filme que emocione, que trate de um assunto delicado de maneira igualmente delicada, vale sim a pena!

A história se passa em 1982 em uma Beirute em ruínas e gira em torno do nascimento da amizade entre dois inimigos. De um lado Fahed (Abdallah El Akal), pré-adolescente palestino apaixonado por futebol. Ele usa, aliás, uma camisa da seleção brasileira durante o filme quase todo e se auto-intitula Zico. O menino vive em um campo de refugiados palestinos e é obrigado a frequentar um treinamento para se tornar um bom “defensor da Palestina”.

De outro lado está Yoni (Stephen Dorff), piloto israelita, que se torna prisioneiro dos palestinos após bombardear Beirute e ter seu avião atingido pelo inimigo. Fahed é um dos responsáveis por vigiar o importante prisioneiro.

Depois de perder seus entes mais queridos, o menino decide fazer um acordo arriscado com o inimigo a fim de atravessar a fronteira e retornar (no caso dele, conhecer) à terra prometida, levando consigo uma pequena oliveira, herança de seu pai.

A partir daí o filme transforma-se num road movie menos interessante do que poderia ter sido, já que nenhum assunto é devidamente aprofundado e a história acaba ficando mais na superfície dos temas, bem como nas bordas dos sentimentos dos personagens. Sem falar que as situações de tensão esperadas numa fuga desse porte acabam sendo escassas e de fácil resolução. Podemos, no entanto, aproveitar a ocasião para nos regalarmos com belos planos do interior do Líbano. Lindo, lindo!

No entanto, a maior riqueza de Zaytoun seja talvez a de mostrar o dia-a-dia em uma cidade em guerra. A de fazer-nos viver um pouco aquele inferno ali. Como é possível viver no meio do caos? Como é possível para uma criança  preservar (ou não) sua infância diante de tanto sofrimento? É dolorido ver Beirute toda destruída, pessoas morrendo nos quatro cantos. As cenas da escola com porta-retratos no lugar das crianças ausentes (mortas), vítimas da guerra é de cortar o coração. E apesar de toda a dor daquela gente, a vida tem que continuar, tem que seguir em frente. Aos trancos e barrancos, do jeito que der.

Zaytoun pode não ser um filmão, mas emociona, toca. Ele nos faz pensar que o que mais distingue inimigos em uma guerra é sua situação geográfica. Por acaso, um está de um lado e o outro do outro. Por acaso um nasceu em Israel, outro no Líbano. Fora isso, todos são iguais. Fora isso, todos somos iguais e queremos a mesmíssima coisa: ser feliz e viver em paz.

Um filme PRA PENSAR.

 
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