Como Possuir um Lissu (2012)
Origem: EUA
Diretor: Michael Hoffman
Roteiro: Joel e Ethan Cohen
Com: Colin Firth, Cameron Diaz, Alan Rickman, Stanley Tucci, Tom Courtenay
Mais para Pantera Cor de Rosa do que para Um Homem Sério, o último filme de Michael Hoffman, roteirizado pelos irmãos Cohen, é bem leve, divertido, caricato e surpreendente (para quem nunca assistiu a versão dos anos 1960, claro).
Mas não vá esperando a densidade e a angústia tão características dos filmes dos irmãos Cohen! Desta vez, parece que a dupla resolveu tirar umas férias da seriedade e mergulhou de vez no mar da diversão.
Trata-se de um remake do filme de mesmo título, estrelado em 1966 por Michael Caine e Shirley MacLaine, e dirigido por Ronald Neame, mas com ambientações e caracterizações de personagens bem diferentes.
A versão 2012 retraça a “jogada de mestre” de Harry Deane (Colin Firth), um curador de arte britânico que, cansado de ser humilhado e moralmente assediado por seu chefe – o milionário Lorde Shahbandar (Alan Rickman) – resolve se vingar, fazendo-o comprar um falso Monet.
Para por seu plano em ação, Deane conta, em primeiro lugar, com o apoio e sabedoria de seu fiel escudeiro, o Major Wingate (Tom Courtenay), formando com ele um duo cômico de primeira, em um formato que lembra muito os filmes do tipo Pantera Cor de Rosa, Johnny English, etc. No entanto, ele precisa de algo mais, ou de mais alguém que se converta em uma isca perfeita para fisgar seu chefe. E é por isso que Deane vai atravessar o oceano, indo encontrar ajuda na figura de uma cowgirl texana, a encantadora, “ingênua” e exagerada P.J. Puznowski (Cameron Diaz).
Deane tem um plano simples e claro em sua mente. Acontece que as coisas não vão sair exatamente como ele previa e o filme vai descambar para a comédia nua e crua, com risos garantidos!
Como Possuir Lissu tem uma linguagem quase de cartoon, com uma narração divertida e caricata (elemento, aliás, que permite-nos reconhecer os dedos dos irmãos Cohen) e com transições tipo volet (cortinas), que vão arrastando as imagens lateralmente ou verticalmente, bastante utilizadas por George Lucas em Guerra nas Estrelas. Mas caricatura talvez seja “a” palavra de ordem desse filme. Tudo é iverossímel, burlesco, exagerado. A cena dos japoneses confirma essa sensação.
E talvez por isso mesmo o filme tenha sido tão mal recebido pelas críticas inglesa, americana e francesa. Uma pena! Pois o filme é bem divertido! E Colin Firth está hilário de trapalhão, provando que tem talento de sobra para interpretar qualquer tipo de papel.
Meu conselho: Não vá ao cinema esperando uma obra-prima, nem um filme-cabeça, muito menos um filme com a assinatura Cohen. Nada disso! Vá, porém, com o espírito aberto, pronto para se divertir, para dar boas gargalhadas e desopilar o fígado. Você vai ver que vale a pena!
Deixe o preconceito em casa e enjoy!
Um filme PRA SE DIVERTIR e PRA RIR.