Oz: Mágico e Poderoso (2013)
Título original: Oz: The Great and Powerful
Origem: EUA
Diretor: Sam Raimi
Roteiro: Mitchell Kapner, David Lindsey-Abaire,
Com: James Franco, Mila Kunis, Rachel Weisz, Michelle Williams
Depois de Alice no País das Maravilhas, Branca de Neve (em duas versões), Chapeuzinho Vermelho, João e Maria e tantos outros clássicos revisitados, chegou a hora e a vez de O Mágico de Oz.
A obra do escritor americano L. Frank Baum, publicada pela primeira vez em 1900, transformada em filme por Victor Fleming em 1939, e, imediatamente catapultado a grande clássico da história do cinema, ganha agora novas cores, direção e tecnologia.
Para dirigir esta nova aventura em 3D, o escolhido foi Sam Raimi, autor da trilogia Homem-Aranha e dos três clássicos de horror cômico americano dos anos 80, The Evil Dead.
Mas a versão 2013 não conta exatamente a mesma história levada às telas por Fleming. Nada de Dorothy (insubstituível Judy Garland), nem Homem de Lata, nem Leão, nem Espantalho. Oz: Mágico e Poderoso conta, na verdade, o que precedeu a chegada de Dorothy e seus amigos à cidade das Esmeraldas. Conta como aquele mágico poderoso ali chegou e como tomou aquela misteriosa forma de cabeça flutuante.
Independente da história contada, o filme é, antes de mais nada, uma grande e linda homenagem à sétima arte, assim como foram recentemente os magníficos Hugo Cabret (2011) e O Artista (2011). Uma bela lição de história do cinema, com a exibição de uma série de dispositivos que antecederam à criação do cinematógrafo, dando destaque para a importante figura de Thomas Edison. Uma pérola rara para quem curte história do cinema!
O filme já começa em preto e branco, num formato quadrado, característico do cinema dos primeiros tempos. A ambientação do início é, aliás, fantástica, com a reconstrução das famosas fêtes foraines (feiras ou quermesses) tão comuns na virada do século, com seus museus de cera, shows de mágica, espelhos deformantes e muito mais. É lá que o ilusionista Oscar “Oz” Diggs (James Franco), trabalha, faz sua vida e “ilude” o público (e as moçoilas) com seus números de magia.
Só depois do furacão, que leva o falso mágico, à Oz é que o filme muda seu formato para Cinemascope (retangular, comprido) e adentra o fascinante mundo do Technicolor, grande novidade tecnológica nos anos 1930.
Dali em diante, vamos reconhecer alguns personagens da versão antiga, como a bruxa boa Glinda (Michelle Williams), as bruxas más Evanora (Rachel Weisz) e Theodora (Mila Kunis), os pequeninos Munchkins, sem falar nos cenários super coloridos, dignos dos melhores contos de fada. Tudo muito bem feito, fazendo excelente uso da tecnologia que o século XXI trouxe ao cinema. A 3D – que não é coisa deste século, mas foi nele redescoberta – é, aliás, impecável. Nem demais, nem de menos.
Com relação à música, a versão de Sam Raimi não é tão “musical” como o clássico de Fleming. Há poucos momentos de “números musicais” e os personagens não falam via canções (para a alegria dos que sofreram recentemente assistindo Os Miseráveis). Fora isso, o diretor estava consciente da façanha que seria conseguir repetir um fenômeno do porte de Somewhere over the rainbown. Optou, então, por outro caminho. Chamou o competente Danny Elfman, que criou para o Oz de 2013 uma trilha original, moderna e bonita. Mas não é preciso nem dizer que nenhuma música do filme chega aos pés daquela cantada por Judy Garland em algum rancho perdido do Kansas, clássico absoluto da música no cinema.
Oz: Mágico e Poderoso é um filme divertido, gostoso de assistir, cheio de fantasias e de referências à história do cinema. Há algumas cenas, porém, que podem assustar os pequenos, mas encantar os mais velhinhos (como eu).
Um filme PRA SE DIVERTIR.