A Família Mitchell e A Revolta das Máquinas (2021)
Origem: EUA
Título original: The Mitchells vs The Machines
Direção: Michael Rianda
Roteiro: Michael Rianda e Jeff Rowe
Com as vozes de: Oliva Colman, Abbi Jacobson, Danny McBride, Michael Rianda, Maya Rudolph
Hoje vamos de leveza e animação. A dica é a produção da Sony “A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas” (2021), dirigido por Michael Rianda, que concorre ao Oscar de Melhor Animação e que já levou o prêmio no Critics Choice Award. Um filme super divertido, inteligente e feito para agradar toda a família.
A trama se passa nos EUA e conta a história da família de Katie Mitchell (Abbi Jacobson), uma adolescente que está prestes a entrar na universidade. Ela é uma menina diferente, com alguns problemas sociais, vista pelos colegas como “esquisita”. Vive no seu mundo virtual com direito a muitas horas nas rede sociais. Mas seu grande sonho é mesmo tornar-se cineasta. O filme começa então com a menina aplicando para uma universidade de cinema na California e logo sendo aceita. A mãe Linda (Maya Rudolph) é super dedicada aos filhos e à família. Katie tem um irmão mais novo, Aaron (Michael Rianda – diretor do filme), por sua vez um fanático por dinossauros. Os dois irmãos têm uma bela relação de amizade, admiração e companheirismo. O que já não acontece entre a adolescente e o pai, Rick (Danny McBride), um amante da natureza e de tudo o que é manual e artesanal. Ele é completamente avesso à tecnologia e não sabe nada sobre o mundo digital em que vivem seus filhos. Pra completar essa família do barulho, tem ainda o pug Monchi, a versão animada do Doug the Pug, cachorro com o maior número de fãs na Internet.
O mundo em que vivem é, aliás, comandado pelo empresário Mark Bowman, dono da Pal Labs (uma Apple ou Microsoft da vida real). Ainda bem no começo da história, o empresário apresenta sua mais recente criação: um robô que vem para substituir a Pal (espécie de Alexa, com a voz de ninguém mais ninguém menos que Olivia Colman) e que, portanto, seria muito mais completo e poderoso. Uma crítica bem interessante à longevidade das máquinas atuais, rapidamente descartadas e substituídas por outras cada vez mais potentes. Coisa que parece se repetir também nas relações humanas…
Para tentar resgatar a conexão com a filha, Rick decide levá-la para a California de carro, organizando de útlima hora uma road-trip em família. Isso pra tristeza de Katie, claro, que não vê a hora de se livrar da família que tanto critica sua maneira de ser. Durante a viagem, acontece, porém, uma revolta das máquinas que tentam tomar o poder, eliminando toda a humanidade. Só não conseguem eliminar a estranha família Mitchell, que terá então a quase-impossível tarefa de salvar a humanidade.
Apesar da premissa algumas vezes vista do cinema, “A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas” difere dos demais no seu desenvolvimento, já que não é de forma alguma um filme moralista, desses que assumem uma posição radical contra as redes e super a favor da natureza. Muito menos maniqueísta, do tipo que coloca a humanidade do lado do mal e máquinas do bem ou vice-versa. Aqui nada entra em caixinhas. Ao contrário, o filme mostra como unir os dois mundos (natureza e tecnologia; manual e máquina, etc.) de modo a estabelecer uma boa relação e de encontrar nessa parceria as soluções para vários problemas atuais da humanidade.
Misturando diferentes estilos de animação, em 3D e 2D, o filme de Michael Rianda tem uma pegada teen, meio scrapbook, super colorido e hiper dinâmico, com inserção de memes da atualidade. O tempo voa enquanto assistimos ao filme e as gargalhadas são garantidas.
“A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas” é uma animação cheia de detalhes que usa a revolta das máquinas para analisar e refletir sobre as relações humanas, sobre o conflito de gerações e sobre a importância da família. Simplesmente excelente!
Um filme PRA SE DISTRAIR e PRA VER EM FAMILIA. Disponível na Netflix.