Histórias Que Só Existem Quando Lembradas (2011)

•novembro 29, 2012 • Leave a Comment

Veja o trailer aqui!

Título original: Histórias que só existem quando lembradas  

Origem: Brasil

Diretor: Júlia Murat

Roteiro: Júlia Murat, Felipe Scholl e Maria Clara Escobar

Com: Lisa Fávero, Sônia Guedes, Ricardo Merkin, Luiz Serra

Nostálgico, poético, belo. Um filme sobre um povoado que desistiu de morrer!

O filme de Júlia Murat vem rodando o mundo com sucesso desde que estreou no Brasil em julho deste ano. Já foi exibido em vários festivais e ganhou diversos prêmios: Melhor Filme e Melhor Atriz no Festival de Abu Dhabi, Melhor Filme Latino no Festival de Santa Barbara, Melhor Filme do Público no Festival de Roterdã, pela cidade de Groningen, dentre outros. Sem falar na alta pontuação (89% de aprovação) que conseguiu no site americano Rotten Tomatoes. Tudo isso não é sem razão de ser!

Trata-se de um filme de arte, sem dúvida. Longe do filmão comercial que lota as salas e enche os bolsos dos empresários… que também tem seu valor, é claro. Não me entendam mal!

Mas Histórias Que Só Existem Quando Lembradas é diferente! Ele é aquele tipo de filme contemplativo que nos imerge em um mundo de reflexões: vida x morte, cidade x campo, jovem x velho, etc. Ele é diferente da maior parte dos filmes que estamos acostumados a ver no Brasil. Tanto com relação à história em si, quanto com relação à sua estética sublime, composta de planos fixos hiper bem estudados, planos-detalhes reveladores, planos noturnos à la Rembrandt, com seu chiaroscuro que permite explorar tão bem a profundidade do campo… Uma verdadeira galeria de arte!

O filme todo, aliás, é de uma sensibilidade e de uma poesia difíceis de imaginar para uma diretora estreante em longas-metragens. Sim, este é o primeiro longa de ficção de Júlia Murat., que já dirigiu curtas como Pendular (2009), Dia dos Pais (2008), Ausência (2004) e A Velha, O Canto, As Fotos (2001), além de atuar como roteirista e montadora de algumas dessas e de outras produções.

No entanto, é preciso abrir o coração e o espírito – já tão viciados em receber uma quantidade absurda de informação por milésimo de segundo – pois o filme não conta muita coisa. Mas ele mostra! E mostra lentamente. Sim, o filme é lento, muito lento, já que apresenta-nos a rotina de uma cidade do Vale do Paraíba que parece que parou no tempo. Lá, o cemitério é fechado a cadeado, pois as pessoas decidiram não mais morrer. Uma cidade perdida no meio do nada, composta por velhos solitários e endurecidos. Pessoas que viveram, foram felizes, mas que enjoaram de ver a morte chegar e carregar pessoas queridas. “Sobreviventes” que, por não terem desistido da vida, resolveram fechar o cemitério e proibir a entrada de quem quer que seja. Uma cidade em que foi decretada a morte da morte!

Para vivenciarmos esse dia-a-dia envelhecido, a narração segue, então, o ritmo da vida no vilarejo. Todo dia vemos D. Madalena seguir sua rotina de velha solitária. À noite ela faz o pão à luz de velas. De manhã, caminha pelo trilho de trem – que já não chega mais até ali – com sua cestinha repleta de pães até chegar ao armazém do Seu Antônio. Os dois brigam todos os dias para definir o local para guardar o pão. Seu Antônio faz o café. Depois os dois sentam no banco para toma-lo. E assim a vida segue. Calma, sem surpresas.

A cada novo dia no filme, no entanto, um novo hábito dessa rotina insossa (para nossos olhos citadinos) nos é apresentado. Descobrimos, então, que eles vão à missa todos os dias. Que se juntam a outros moradores para o almoço e que sempre rezam antes de comer. Pouco a pouco temos o retrato completo da vida daquele vilarejo perdido no mundo.

Retrato que será modificado pela chegada de um novo personagem. É Rita, uma moça da cidade, fotógrafa, que pede abrigo na casa de D. Madalena. Como em diversos outros filmes que já vimos, o elemento novo causa estranhamento e desconforto no princípio, mas vai, devagarzinho, conquistando a confiança de todos. Ela traz a alegria e os  questionamentos de volta àquele povoado.

Apesar de o roteiro parecer batido, a originalidade aqui é que o novo elemento (Rita) não tenta pregar a superioridade da cidade grande. Nem da vida moderna. Tampouco a do campo. Ela questiona hábitos, mas não diz o que é melhor. Ela gosta de lá, mas sabe que não pertence àquele mundo. Não há julgamento de valores. Não há certo ou errado. Não há pior nem melhor. O que há são descobertas, constatações, ponderações e registros de uma realidade, feitos por um dispositivo visual primitivo, que remonta às origens da fotografia: uma lata.

Um objeto simples e mágico que, tal qual uma chave, é capaz de abrir portões e corações enferrujados! Um objeto que, ao registrar a realidade, acaba por revelá-la, transformando, assim, pensamentos, sentimentos, imagens e desejos.

Histórias Que Só Existem Quando Lembradas é um filme de grande poesia, banhado de nostalgia e composto por diálogos profundos, embora proferidos em linguagem simples e popular.

Um filme brasileiro de arte que merece ser visto e aplaudido. Um filme PRA PENSAR.

Argo (2012)

•novembro 27, 2012 • 2 Comments

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Título original: Argo  

Origem: EUA

Diretor: Ben Affleck

Roteiro: Chris Terrio, Joshuah Bearman

Com: Ben Affleck, Bryan Cranston, John Goodman, Alan Arkin

Filmão!!!! Daqueles que há tempos não via! Do tipo que te faz grudar os olhos na tela durante duas horas e pouco, te faz prender a respiração em vários momentos, apertando o  braço da cadeira ou o da pessoa ao lado. Uma verdadeira aula de cinema!

Baseado em uma história real e emocionante, acontecida no finalzinho dos anos 1970, Argo conta o passo-a-passo de um resgate de seis diplomatas americanos escondidos em solo iraniano, feito pela CIA (Central Intelligence Agency) e executado por Tony Mendez – um especialista em exfiltrações – interpretado pelo também diretor Ben Affleck.

Optando por uma estética vintage, de imagens granuladas, Affleck resolveu não só nos contar uma história passada nos anos 70, mas quis (e conseguiu) nos levar de volta ao fim da década de 1970.

Desde a abertura do filme, quando a logo da Warner Bros surge à nossa frente, já temos a impressão de termos voltado no tempo… A imagem não parece tão nítida para nossos olhos de século 21,  já tão acostumados a ver a vida em alta definição. Chegamos até a sentir um certo desconforto ou estranhamento. Em seguida vem uma sequência de abertura em formato de storyboard + fotos de arquivos, acompanhada de narração didática, resumindo a história do Irã e situando-nos no contexto tenso da história que nos vai ser contada

Teerã, novembro de 1979. A Embaixada Americana é invadida pelos militantes islamitas que reclamavam a volta de seu líder, exilado nos EUA. Eles o queriam de volta para que ele fosse morto em sua terra natal, lugar onde ele próprio havia matado tanta gente.

Durante a invasão, um grupo de seis diplomatas resolve fugir da Embaixada, encontrando abrigo na residência do Embaixador canadense. Lá eles ficam escondidos, presos e isolados, sem o conhecimento dos islamitas iranianos. Os outros diplomatas americanos são feitos reféns e ficam presos dentro da Embaixada.

A CIA resolve agir e enviar, então, um de seus agentes com o intuito de resgatar as seis ovelhas desgarradas de seu rebanho. Acontece que os americanos estavam pra lá de visados no Irã. Seria simplesmente impossível passar pelo controle de imigração. Várias possibilidades são pensadas. Mas a “pior melhor ideia” é justamente a de Tony Mendez que, inspirado pelo filme A Batalha do Planeta dos Macacos (1973), propõe trazer os seis diplomatas como se eles fossem parte de uma equipe canadense de produção de um filme de ficção científica. Eles estariam lá fazendo as pesquisas de campo, para ver se Teerã seria de fato uma boa locação para sua nova produção.

No entanto, para que  a coisa toda convencesse, era preciso que existisse de fato um filme em produção, com tudo o que se tem direito. Roteiro de verdade, equipe de produção de verdade, lançamento, etc. O roteiro escolhido foi Argo. O produtor, Lester Siegel (Alan Arkin). E o maquiador, John Chambers (John Goodman), ganhador de um Oscar pelo seu excelente trabalho nos 5 filmes do Planeta dos Macacos.

A história acontece, portanto, em três locais simultaneamente: Hollywood, local de falsa produção do filme; Washington, sede da Cia, e local de onde os comandos são dados; e Teerã, onde a invasão e a tentativa de resgate acontecem. Cada uma das partes tem, por sua vez, características diferentes, que ajudam a delimitar bem os acontecimentos, complementando-os e os enriquecendo.

A parte de Hollywood é a responsável por trazer um pouco de leveza e humor ao filme. A de Washington traz o suspense gerado pela burocracia e pelos entraves políticos, como nos bons filmes de espionagem. Teerã é o drama, a tragédia. Imagens desfocadas, com movimentos imprecisos, grandes zooms nos personagens, mostrando-nos suas caras e seus sofrimentos. Tudo isso alinhavado por uma trilha brilhante e por uma atuação super realista por parte de todos os atores.

O mais interessante é que, para este seu terceiro longa-metragem, Affleck não foi buscar na tecnologia seu grande trunfo. A grande sacada de Argo é, na verdade, sua montagem. Um trabalho de grande precisão e cuidado, que nos faz colar na cadeira de tensão, ansiedade, angústia, esperando o próximo passo de Tony Mendes. Esperando que a próxima cena traga uma solução, um alívio para nossas almas aflitas. Uma grande aula de “montagem paralela”, recurso introduzido por  Edwin S. Porter, já em 1903, com seu marcante O Grande Roubo do Trem.

Um bom exemplo dessa excelência na montagem é a cena de leitura do roteiro, alternada com invasão da Embaixada. Absolutamente fantástica!

Perseguindo ainda seu objetivo de tornar aquela história plausível – possível de ser encarada como “história real”, já que o é – Affleck explorou bastante a câmera subjetiva selvagem, em que os olhos da câmera são também os nossos olhos. Nós, espectadores, estamos lá! Estamos no meio daquela multidão, somos parte do filme! Sentimo-nos parte daquela história! Somos também personagens e, por isso, sofremos. Por isso, suamos!

A fim de conseguir esse efeito na cena da invasão da Embaixada, ao mesmo tempo que plantou sua 35mm no alto de uma grua, Affleck distribuiu câmeras Super 8 para alguns figurantes e deixou que filmassem à vontade. E foram essas as imagens escolhidas! Nada de imagem digital de alta definição, nada de imagem certinha, bem enquadrada, profissional. O que ele nos deu foi trechos de realidade!

Argo é assim um filme sobre um acontecimento dos anos 70, feito aos moldes dos anos 70, à base de suor e talento. E por isso ele parece tão real! Por isso ele é tão bom!

Um filme PRA APRENDER e PRA FICAR TENSO. Forte candidato ao Oscar.  Imperdível!

Sudoeste (2011)

•novembro 26, 2012 • Leave a Comment

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Título original: Sudoeste   

Origem: Brasil

Diretor: Eduardo Nunes

Roteiro: Eduardo Nunes e Guilherme Sarmiento

Com: Dira Paes, Simone Spoladore, Raquel Bonfante, Mariana Lima, Julio Adrião

Com uma fotografia irretocável – à la Sebastião Salgado – o primeiro longa metragem de Eduardo Nunes (que se diz explicitamente influenciado pelo cineasta russo Andrei Tarkovsky)  impressiona pela beleza, pelo formato espichado (3,66:1 – ainda mais longo do que o Scope) e pela poesia tão presente em seu realismo fantástico.

Rodado todo em preto e branco, Sudoeste levou mais de dez anos para ser realizado, tendo tido, assim, tempo suficiente para ser cuidadosamente burilado, esculpido e esmerado.

Tempo, aliás, é o grande protagonista desta história, trabalhado por meio de diversos simbolismos, que vão desde o próprio ritmo lento da narração, passando pelo barulho repetitivo do moinho, o canto do vento forte, até a imagem da areia escoando pelos dedos de uma menina.

Tempo que é também flexível, elástico, circular, percebido diferentemente por diferentes personagens. A história toda do filme se passa em um dia (será?), desde a hora em que uma moça morre, ainda de madrugada, até o  outro limite daquele dia.

Trata-se da história de Clarice, uma jovem que morre ao dar à luz seu primeiro filho. A moça morre em um prostíbulo e é acudida pela benzedeira ou “bruxa” do vilarejo. Em seguida ela é enterrada numa vala comum e nada se sabe sobre a causa de sua morte nem sobre sua história. Tampouco sobre  destino do bebê.

Nós, espectadores, no entanto, vemos a velha bruxa carregar um bebê para seu barraco no meio do lago. Uma casinha de madeira suspensa (em palafita) bem no meio das águas salgadas daquela lagoa que está morrendo. Um cenário de um misticismo digno de Hayao Miyasaki! Vide seu O Castelo Animado (2004), em que um castelo voa e viaja pelo tempo.

Acontece que o bebê ali escondido se transforma rapidamente em uma menina de cabelos longos e romântico vestido branco, de nome Clarice. A menina, presa na “torre” tal qual Rapunzel, foge de sua prisão e segue descobrindo o mundo. Naquele mesmo dia, ela vai conhecer a família de João, um menino mais ou menos da sua idade, que acabou de perder a irmã, também chamada Clarice, naquela madrugada. A mãe está devastada, mas dá abrigo à pequena. Os meninos ficam amigos. Mas Clarice logo cresce e vira uma mulher, atraindo olhares adultos. Ela foge de novo, mas acaba sendo novamente socorrida pela mãe de João.

E assim, aquele bebê do início do filme vai virar moça, mulher e velha. Tudo em um único dia. Em um dia apenas toda uma vida será ali resumida e (re)vivida. Sonhos e pesadelos de realidade se misturam e se confundem. Segredos são revelados. Culpas e arrependimentos são expostos. Muito passa a ser compreendido. Para os outros, no entanto, a vida segue o curso normal, com uma manhã, seguida de uma tarde, terminando em uma noite. Dois mundos paralelos que paradoxalmente têm vários pontos de intersecção.

Eduardo Nunes foi muito feliz na escolha de seu tema, na escritura do roteiro, na montagem de seu filme, na plasticidade das imagens e no misticismo todo  com que o vento Sudoeste impregna sua obra.

Os diálogos, no entanto, poderiam ter sido mais bem elaborados, poderiam ser mais ricos, mais profundos. O campo era bastante fértil. Parece que faltou um pouco mais de água. Faltou também um maior cuidado com os sotaques dos atores. Pode parecer besteira ou preciosismo, mas os diferentes sotaques feriram um pouco meus ouvidos. Sem falar na “aparição” de uma música-alien bem no meio do filme que quebrou totalmente o ritmo da narração. Uma pena!

Fora esses deslizes, Sudoeste é um filme brasileiro de alta qualidade,  do tipo que faz a gente sentir orgulho da terrinha! Não é à toa que ele já arrebatou diversos prêmios pelo mundo a fora: Melhor Fotografia no Festival do Rio 2011; Prêmio AQCC – Associação de Críticos de Cinema de Quebec, dentro do quadro do 41° Festival du Nouveau Cinéma de Montréal; Prêmio Andrei Tarkovsky no VI Festival de Filmes de Zerkalo; Melhor Fotografia no Festival de Guadalajara, dentre outros.

Um filme PRA SE ENCANTAR e PRA PENSAR.

14° Filmar en América Latina

•novembro 20, 2012 • Leave a Comment

Começou nesse último sábado (17), aqui em Genebra, Suíça, o Filmar en América Latina. Um festival de cinema espetacular que tem como objetivo mostrar para o velho continente o que o novo continente sabe fazer em matéria de sétima arte. E posso dizer, com orgulho, que temos muita coisa boa para mostrar! 

Como acontece a cada ano, um país é escolhido para ser homenageado, explorado, esmiuçado e revelado. Nesta 14a edição, o país em destaque é o Brasil, que vem representado por 24 filmes, que vão desde O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto até o super recente Heleno (2012), de José Henrique Fonseca.

Fora isso, o Festival resolveu também exaltar a grande influência que a literatura exerce sobre o cinema em nosso País, prestando, assim, homenagem ao grande Jorge Amado. A escolha foi feita em virtude de o baiano ter tido vários de seus romances adaptados para a telona. O mais recente deles, Capitães de Areia (2011), realizado por sua neta Cecilia Amado, faz parte da seleção de filmes brasileiros aqui exibidos.

Em competição, o Brasil participa com dois filmes na categoria Prêmio do Público – Ficção: Sudoeste (2011), de Eduardo Nunes e Girimunho (2011), de Helvecio Marins Jr e Clarissa Campolina (uma coprodução Brasil, / Espanha / Alemanha). E com três filmes na categoria Prêmio do Público – Documentário: Os Últimos Cangaceiros (2011), de Wolney Oliveira, O Samba que Mora em Mim (2011), de Georgia Guerra-Peixe, e Confesiones (2011), de Gualberto Ferrari  (uma coprodução Brasil / Argentina / França).

Até agora só consegui assistir a dois filmes: Sudoeste (em competição) e Histórias Que Só Existem Quando Lembradas (2011), de Julia Murat. Ambos de excelente qualidade, dando mostras da nova cara do cinema brasileiro.

Prometo em breve postar as críticas.  De qualquer maneira, já estou aqui na torcida!

Por fim, para os que gostam de história do cinema, uma exposição de cartazes de filmes brasileiros foi organizada pelo Consulado Brasileiro nos Cinémas Grütli, exaltando os grandes ícones do Cinema Novo, tais como Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos e Ruy Guerra. Sem falar no coquetel de abertura do Panorama Brasil (foto ao lado), organizado igualmente pelo Consulado, e regado à caipirinha, coxinha, pão de queijo, empadas e muita alegria! Valeu, Brasil!

 

Un Plan Parfait (2012)

•novembro 18, 2012 • Leave a Comment

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Título original: Un Plan Parfait 

Origem: França

Diretor: Pascal Chaumeil

Roteiro: Laurent Zeitoun e Yoann Gromb

Com: Dany Boom, Diane Kruger, Alice Pol, Robert Plagnol, Jonathan Cohen

Depois das lágrimas represadas ou derramadas, fruto do pesado tema da crítica da semana passada, sobre o sublime Amour de Michael Haneke, resolvi aliviar um pouco o clima e comentar hoje sobre um filme francês despretensioso, leve, divertidíssimo e super gostoso de assistir!

Trata-se da nova comédia romântica de  Pascal Chaumeil – mesmo diretor de Como Arrasar um Coração (2010) – protagonizada pelos fantásticos Dany Boon e Diane Kruger.

O filme, composto por uma série de flash-backs, conta a história de Isabelle (Diane Kruger), uma dentista bonita, bem sucedida na profissão e no amor, e de seu companheiro Pierre (Robert Plagnol), também dentista, charmoso e igualmente bem sucedido. Os dois estão juntos há 10 anos e Isabelle sonha agora em ser mãe. Acontece que, para Pierre, filho só depois do casamento.

Nada de tão extravagante ou impossível para uma jovem enamorada, não fosse a “maldição” que paira sob sua família: O primeiro casamento nunca dá certo!  A bela dentista entra, assim, em pânico, ao pensar que oficializando esta união, ela pode colocar tudo a perder, já que este será seu primeiro casamento. No entanto, como seu companheiro não abre mão do casório, ela resolve encarar a maldição de frente.

A família toda se inquieta por Isabelle. Sua irmã Corinne (Alice Pol), querendo vê-la feliz e bem casada, bola um plano perfeito: Isabelle só precisa viajar para Dinamarca – onde é possível casar e descasar no mesmo dia – pagar alguém para casar-se com ela, divorciar-se algumas horas depois e voltar para casa, direto para os braços de seu noivo. Simples assim!

Corinne encontra, então, um marido para a irmã, dá-lhe todas as instruções de onde encontrá-lo, providencia roupa adequada para o clima gelado da Escandinávia e a coloca diretamente no avião para Dinamarca. Tudo andando às mil maravilhas, a não ser um pequeno detalhe: o tal cara não aparece no local combinado. As coisas começam, então, a desandar.

Para que plano não vá por água abaixo, Isabelle precisa encontrar uma solução. E o nome dessa solução será Jean-Yves (Danny Boon), um redator de turismo do guia Routard que, por “um mero acaso”, estava no mesmo avião da noiva desesperada. Um cara grosso, direto, feio, esquisito, que fala compulsivamente.

Está traçada aí a fórmula para o riso fácil!

O filme de Chaumeil, apesar de super previsível e mais fraquinho do que o anterior (Como arrasar...), tem um bom ritmo, uma bela fotografia – com lindos planos do Quênia e de Moscou – e é composto por um trilha bem gostosa, assinada por Klaus Badelt, autor da trilha do primeiro Piratas do Caribe (2003).

Muitas das cenas de Un Plan Parfait são hilárias, tendendo ao burlesco, ao exagero, ao artificial, ao irreal. Mas a atuação da bela alemã Diane Kruger (a Bridget von Hammersmark de Bastardos Inglórios), estreando na comédia, e do já veterano de comédias Dany Boon, famoso por seu engraçadíssimo A Riviera não é Aqui (2008) garantem o sucesso do filme!

Aliás, o Jean-Yves de Boon tem de fato um quê dos personagens burlescos dos primeiros tempos do cinema. E tal qual um Carlitos, com aquele ar desajeitado, desastrado, meio rude, mas com uma alma extremamente sensível, inocente e boa, ele vai, pouco a pouco, nos conquistando.

Un Plan Parfait é um filme que não tem vergonha de ser feliz! Um tipo de A Bela e A Fera para “gente grande” que está a fim de relaxar, se divertir e dar boas risadas no cinema! PRA SE DISTRAIR, sem dúvida.

Amour (2012) – Ganhador da Palma de Ouro em Cannes

•novembro 11, 2012 • Leave a Comment

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Título original: Amour       

Origem: França / Alemanha / Áustria

Diretor: Michael Haneke

Roteiro: Michael Haneke

Com: Jean-Louis Trintignant, Emmanuelle Riva, Isabelle Hupert

O ganhador da Palma de Ouro em Cannes deste ano é absolutamente sublime! Sublime, no melhor sentido kantiano do termo, já que nos coloca diante da beleza e da feiura de envelhecer ao lado de quem se ama, despertando-nos, ao mesmo tempo, o medo e o encantamento!

Encantamento, ao vermos o respeito, a solidariedade, o companheirismo e o amor de um homem e de uma mulher que já viveram tanto tempo e tantas coisas juntos. Medo, ao vermos a deterioração de seus corpos e de suas mentes. Medo, ao percebermos sua consciente impotência diante da situação vivida. E mais medo ainda ao nos projetarmos neste cenário que pode ser nosso futuro próximo ou distante. Ou ainda o presente de alguém que nos é bem próximo.

Amour já começa por uma sequência que é um choque, com policiais invadindo um apartamento que exala um odor forte e desagradável, para lá descobrirem um corpo já deteriorado de mulher sobre a cama, contornado de flores.

Dali, em um longo flash-back o filme vai, então, contar a história de Anne (Emmanuelle Riva) e de George (Jean-Louis Trintignant) um casal de músicos aposentados, na casa dos 80, que vive lentamente seu dia-a-dia, numa relação não-perfeita (como a vida é) de companheirismo e de respeito. A atuação dos dois artistas, aliás, é um show à parte!

Vale ressaltar também aqui, a forma original como o diretor nos apresenta aos protagonistas. Depois da sequência do início, vemos, em plano fixo, um grupo de espectadores – assim como nós – sentados em cadeiras de teatro.  É como se houvesse um espelho bem à nossa frente. Talvez um alerta para que entendamos que esta história pode ser a de qualquer um de nós. A cena é longa o suficiente para podermos observar atentamente várias daquelas pessoas ali sentadas. Umas tossem, outras se mexem, algumas cochicham, até que, numa espécie de “Onde está Wally”, descobrimos Anne e George. E, então, mais uma surpresa: o espetáculo começa e…        Melhor não contar o resto!

Tudo segue, assim, mais ou menos como manda a cartilha, com cenas dos cafés e almoços do casal, do cuidado com a troca dos sapatos ao entrar em casa, das noites dormidas e mal dormidas um ao lado do outro,  até o infeliz dia em que Anne sofre um AVC. Momento importante do filme marcado por uma sequência de carga emocional forte. Dali, Anne será submetida a uma cirurgia não muito bem sucedida, que a deixará com metade do corpo paralisado. George resolve, então, sozinho se ocupar de sua companheira de toda a vida, e ela lhe faz prometer-lhe nunca mais leva-la de volta a um hospital.

A partir daí vamos vendo aquele ambiente de companheirismo e de respeito do início ir, pouco a pouco, se tornando mais pesado e mais difícil de continuar a suportar. Anne sofre por saber que seu caminho é uma ladeira sem fim. Ela se angustia, se revolta, pede a morte. George sofre por sua impotência diante do sofrimento da mulher. Ele tenta fazer tudo que está a seu alcance. Empenha-se de corpo e alma, e é de uma dedicação e de uma fidelidade absurdas. Mas ele cansa, ele perde a paciência às vezes, ele se mostra forte e fraco. Bom e mau. Ele é “um monstro gentil”, como Anne mesmo o define. Ele é humano. E nós, espectadores, sofremos junto com eles, acompanhando cada detalhe nada esplendoroso de seu dia-a-dia. Primeiro são ajudas para se locomover, para fazer a comida. Depois, vêm as fraldas, o cuidado para evitar escaras, a ajuda para o banho, para pentear os cabelos, para comer, beber, para falar, para tudo. Viver se torna um fardo imenso! E um fardo compartilhado!

Michael Haneke – já ganhador da Palma de Ouro em 2009 por Fita Branca (crítica no post de 16/1/12 ) – é um diretor que certamente não gosta de esconder sentimentos nem sofrimentos. Ele, ao contrário, parece gostar de tocar na ferida, de colocar o espectador cara a cara com a realidade nua e crua, mostrando seu lado feio sem receio de agredir a quem quer que seja. Aqui e ali, no entanto, ele parece sentir piedade dos espectadores e presenteia-nos, então, com imagens de grande humanismo, o que nos permite tomar fôlego e prosseguir.

O filme – que conta a história de dois músicos – paradoxalmente quase não tem música. Apenas na hora do concerto ou quando ouvem um ex-aluno tocar piano ao vivo ou em seu CD recém-gravado. Os ruídos são sua verdadeira trilha sonora. A respiração é de importância vital no filme (como na vida, claro!). Assim como a água que corre na pia na hora em que Anne tem sua primeira crise e que também é sinônimo de vida e de tempo que passa.

Apesar de o filme se passar quase todo dentro do apartamento do casal e de ter um ritmo bem lento, Amour não nos cansa, não nos sufoca, não nos oprime. Ele nos faz chorar, por certo. Mas ele também nos faz sorrir, ele nos faz sonhar e nos faz querer viver um amor assim tão grande, capaz de se doar por inteiro, sem perder, no entanto, sua individualidade.

Um filme PRA CHORAR e PRA SE ENCANTAR.

O Planeta dos Macacos – Coleção Completa

•novembro 9, 2012 • Leave a Comment

Para quem gosta de ficção científica, aqui vai uma super dica para ver em família: Coleção completa dos filmes O Planeta dos Macacos.

1. O Planeta dos Macacos (1968)

O primeiro da série é baseado no livro La Planète des Singes, de Pierre Boulle publicado em 1963.

Título original: The Planet of the Apes

Diretor: Franklin J. Schaffer

Com: Charlton Heston, Roddy McDowall, Kim Hunter, Linda Harrison

2. De Volta ao Planeta dos Macacos (1970)

Título original: Beneath the Planet of the Apes

Diretor: Ted Post

Com: Charlton Heston, Kim Hunter, Linda Harrison, James Franciscus, David Watson

3. A Fuga do Planeta dos Macacos (1971)

Título original: Escape from the Planet of the Apes

Diretor: Don Taylor

Com: Roddy McDowall, Kim Hunter, Ricardo Montalban, Bradford Dillman

4. A Conquista do Planeta dos Macacos (1972)

Título original: Conquest of the Planet of the Apes

Diretor: J. Lee Thompson

Com: Roddy McDowall, Ricardo Montalban, Don Murray, Natalie Trundy

5. Batalha do Planeta dos Macacos (1973)

Título original: Battle for the Planet of the Apes

Diretor: J. Lee Thomspon

Com: Roddy McDowall, Natalie Trundy, Claude Akins, Noah Keen, John Huston

6. O Planeta dos Macacos (2001) – remake do primeiro

Título original: The Planet of the Apes

Diretor: Tim Burton

Com: Mark Wahlberg, Helena Bonham Carter, Tim Roth

7. Planeta dos Macacos: A Origem (2011) – um reboot

Título original: Rise of the Planet of the Apes

Diretor: Rupert Wyatt

Com: James Franco, Andy Serkis, Freida Pinto, Christopher Gordon

Alerta: Pode ser que, no começo, os pequenos (crianças grandes, pré-adolescentes e adolescentes) reajam à ideia de assistir a filmes antigos, com efeitos ultrapassados, mas insista para que dêem uma chance ao passado e “abram o coração”…  Prometo que eles vão gostar! Aqui em casa o sucesso foi total!

 

 

1 ano de Meu Olhar

•novembro 8, 2012 • 4 Comments

Hoje faz um ano que criei coragem de mostrar para o mundo o Meu Olhar.     

Um ano que ousei publicar minha primeira crítica aqui, nesse universo infinito e movimentado que é a Internet.

Um ano que comecei a desenhar, a formatar e a pensar neste espaço para acolher uma nova paixão, um novo filho que fiz vir ao mundo.

Um recém-nascido que me chegou miúdo, tímido, frágil, tão pobre de conteúdo, de design e de segurança. Mas, ao mesmo tempo, um rebento tão cheio de sonhos, de esperança e de entusiasmo.

De lá pra cá o miúdo ganhou corpo e aprendeu a engatinhar.

Foram muitas letras digitadas, muitos filmes assistidos, muitas imagens analisadas e muitas ideias compartilhadas.

Hoje já são 66 críticas publicadas, acessíveis no link CINEMATECA / Críticas e no link FILME DA SEMANA. E mais 10 outras sobre filmes nacionais, publicadas no blog do parceiro CEBRAC – Centro Brasil Cultural, de Zurique. Sem falar nos tantos posts contendo sugestões, reflexões ou divulgações de eventos ou de pontos turísticos interessantes ligados ao mundo do cinema.

Gostaria, então, de agradecer a todos vocês, que me doaram parte de seu tempo para lerem meus textos longos, de filmes que às vezes demoram tanto para chegar aí no nosso Brasil ou mesmo nos Estados Unidos. A meu marido, Pedro, que lê absolutamente todos os meus textos, sempre me fazendo comentários interessantes, incentivadores e enriquecedores.

Agradeço também aos meus parceiros de caminhada, CEBRAC (na Suíça), Fernanda van der Laan (nos EUA) e ECAI – Espaço Cultural Alexandre Innecco (no Brasil), que, por terem acreditado em mim, ajudaram e ajudam-me imensamente a divulgar meu trabalho. Que essas parcerias perdurem por muitos anos!

Hoje, portanto, graças ao Seu Olhar, sinto que valeu a pena ter dado à luz este novo filho. E sinto-me, assim, mais do que nunca motivada para continuar a compartilhar com o mundo o Meu Olhar.

Obrigada de todo coração!

Lilia Lustosa

Frankenweenie (2012)

•novembro 4, 2012 • Leave a Comment

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Título original: Frankenweenie

Origem: EUA

Diretor: Tim Burton

Roteiro: Tim Burton, Leonard Ripps

Com as vozes de: Winona Ryder, Catherine O’Hara, Martin Short, Charlie Tahan

Frankenweenie é um filme sobre a vida e a morte, sobre ressurreição. Uma verdadeira obra de renascimento. Um reencontro de um Tim Burton maduro e experiente com sua poética, com seu passado, com suas raízes e com sua própria vida.

Trata-se de um remake de um curta-metragem de mesmo título, feito no início de sua carreira, em 1984, e rejeitado pela própria Disney, que o julgou muito sombrio para o público infantil.

E o filme é sombrio sim, povoado de personagens feios, assustadores, no melhor estilo gótico “burtoniano”, mas é também um filme pleno de poesia, de encanto, de humor e de sentimentos humanos (e caninos) profundos e verdadeiros. Talvez o mesmo tipo de encantamento despertado seus Edward Mãos de Tesoura (1990) e Peixe Grande e Suas Maravilhosas Histórias (2003). Crítica no post do dia 8/11/2011.

Adaptação de uma obra feita com personagens de carne e osso para a animação em massinha, realizada pela técnica do stop-motion, aliada à tecnologia do 3D, Frankenweenie 2012 é composto por uma enxurrada de mis en abyme (filme dentro do filme), começando já pela primeira cena, em que  a família Frankenstein aparece assistindo, com seus óculos 3D, ao filme caseiro projetado pelo filho único Victor (Charlie Tahan).

A trama se passa na pequena cidade de New Holland e conta a história de Victor, um menino de inteligência acima do normal, introvertido, solitário, cujo melhor amigo é Sparky, seu fiel cachorrinho. A diversão favorita de Victor é realizar filmes com sua Super 8, usando seu sótão escuro como estúdio, e utilizando ninguém mais ninguém menos do que Sparky como personagem principal.

Seu pai (Martin Short), vendo o filho sempre trancado na escuridão e na solidão do sótão, preocupa-se com as saúdes mental e física do menino e tenta, por isso, incentivá-lo (ou chantageá-lo) a praticar esportes. Victor acaba se rendendo e aceita participar de um jogo de baseball. Assim, em uma jogada de sorte, ele acerta a bola e dá uma tacada para bem longe. Enquanto Victor corre para completar seu inesperado Home Run, Sparky toma a dianteira e acelera para pegar a bola, que sai do campo. O cachorrinho acaba, então, sendo atropelado e morre lá mesmo. Momento de profunda tristeza no filme.

Como era de se esperar, Victor fica inconsolável, sem vontade de viver, mas é obrigado por seus pais a continuar suas atividades normalmente. Na aula de ciências, então, iluminado pelos ensinamentos do sombrio professor Rzykruski (Martin Landau), ele tem uma ideia brilhante: vai ressuscitar seu melhor amigo Sparky.

E é a partir deste mote que o filme vai se desenvolver, numa alusão explícita ao Frankenstein de Mary Shelley, com o homem brincando de criador e perdendo posteriormente o controle sobre a criatura.

A versão de 2012 mantém o preto e branco do original, acrescenta uma série de personagens à história de base – tais como os colegas de classe, a vizinha agora interpretada por Winona Ryder e sua cachorrinha com penteado à la Noiva de Frankenstein (1935), e que só aparece numa das últimas cenas do curta -, e ainda apimenta o roteiro com uma feira de ciências na escola de Victor e com uma festa em homenagem à comunidade holandesa, que será palco para o clímax do filme.

Vale aqui um PS: No curta de 1984, a vizinha, que é loira e é a combinação de dois personagens da história de 2012 (vizinha + garota esquisita, dona de um gato mais esquisito ainda) é interpretada por Sophia Coppola. Vale a pena dar uma olhada. O curta é também muito bom! Talvez lhe falte apenas a poesia da versão atual.

Finalmente, Frankenweenie 2012 nos presenteia com uma porção de referências a clássicos de horror e de suspense do cinema mundial, pegando ainda carona na estética expressionista alemã, com seus contrastes bem marcados entre claro e escuro, seus enquadramentos enviesados, suas maquiagens carregadas, suas figuras alongadas e suas sombras projetadas na parede.

Impossível não pensar no Godzilla (1954), do diretor japonês Ishirô Honda, na hora em que a defunta tartaruga Shelley (também uma homenagem à criadora de Frankenstein), transformada em monstro, ataca a festa em homenagem ao Dia da Holanda. Ou ainda nos Gremlins (1984), de Joe Dante, ao vermos todos aqueles monstrinhos horrorosos, barulhentos e de dentes afiados, tentando atacar o casal Frankenstein, preso dentro da cabine telefônica. Genial!

Frankenweenie é, enfim, um bem sucedido pastiche do cinema de terror / suspense mundial, com toques de poesia e que, sem sombra de dúvidas, veio para virar um cult para cinéfilos do mundo inteiro.

Um filme PRA SE DISTRAIR e PRA SE ENCANTAR. Super recomendado!

Atenção: Os bem pequenos podem se assustar com a monstruosidade dos personagens!


Besouro (2009)

•novembro 2, 2012 • Leave a Comment

Origem: Brasil

Diretor: João Daniel Tikhomiroff

Roteiro: João Daniel Tikhomiroff, Patrícia Andrade e Bráulio Tavars

Com: Ailton Carmo, Jessica Barbosa, Flávio Rocha, Irandhir Santos

Belo e poético, Besouro é uma lição de história, de coragem e de amor!

A história – baseada no livro Feijoada no Paraíso, de Marco Carvalho – se passa em 1924, na Bahia, e conta a vida e os feitos de Besouro, um capoeirista que podia voar. Um herói que faz parte das lendas e da história dos negros brasileiros, pseudo-alforriados.

Se quiser saber mais, leia a crítica completa no blog do CEBRAC: http://blogdocebrac-acervo.blogspot.ch/

 
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