Festival Filmar en América Latina

•novembro 13, 2011 • Leave a Comment

Está acontecendo neste mês aqui em Genebra o 13º Festival FILMAR en América Latina, sendo o cinema mexicano o grande homenageado desta edição.

Ontem, porém, o dia foi dedicado ao Brasil, com a exibição dos filmes “As Melhores Coisas do Mundo”, de Laís Bodansky, “Birdwatchers”, de Marco Bechis, “Diário de uma Busca”, de Flavia Castro e “O Abismo Prateado”, de Karim Ainouz. Além do documentário “Rio Sonata”, realizado pelo diretor suíço Georges Cachot, sobre a vida de Nana Caymmi.

Tive a oportunidade de assistir a alguns desses filmes, cujas críticas postarei em breve.

O Festival segue até o dia 22 de novembro, com a projeção de filmes do Chile, Peru, Argentina, Cuba, Equador, Uruguai, Venezuela e muito mais.

Se você estiver passando por estas bandas, fica aí a dica!

“Metrópolis” na Cinémathèque de Paris

•novembro 11, 2011 • Leave a Comment

Para o que estão de viagem marcada pra Paris, aí vai uma dica quente!

Está acontecendo na Cinémathèque da cidade luz uma exposição fantástica sobre o filme “Metrópolis”, de Fritz Lang.

Organizada pela Deutsche Kinemathech de Berlim, a exposição permite ao espectador descobrir esta obra-prima alemã por meio de seu próprio roteiro, do prólogo na cidade futurista até a sequência final na catedral.

As seis grandes sequências do filme servem de roteiro à visita, que é ainda ilustrada por pequenos filmes e pela exibição de desenhos originais para cenários, fotos dos sets de filmagem, figurinos e muito mais.

O filme de Fritz Lang, de 1927, é pleno de símbolos, de mensagens subliminares e de críticas sociais. Com um cenário altamente revolucionário para a época, “Metrópolis” é sem dúvida alguma, um grande marco na história do cinema.

Recomendo a exposição aos que vão a Paris e o filme a todos os que têm paixão pela sétima arte!

Liverpool ou “Merseywood”

•novembro 8, 2011 • 5 Comments

Acabo de chegar de 5 maravilhosos dias em Liverpool, com novidades na bagagem!

Além de descobrir que a cidade natal dos Beatles é cheia de museus maravilhosos – incluindo obviamente o «Beatles Story» – ainda fiquei sabendo que ela é uma «film-friendly city» – o que significa que ela incentiva os produtores a irem filmar em solo «liverpooliano».

A coisa já atingiu tamanha proporção, que a cidade já se tornou a segunda mais filmada no Reino-Unido, só perdendo pra Londres, é claro!

No meu guia de viagem havia até um capítulo chamado «Welcome do Merseywood», fazendo uma contração das palavras Mersey (nome do rio que banha Liverpool, que desmboca no Oceano e que é a razão da existência da cidade) e de Hollywood.

Você sabia que esta rua aí da foto foi a que foi usada em Sherlock Holmes (2009)?

Além do filme do mais famoso detetive inglês, foram também filmados em Liverpool: Harry Potter and the Deathly Hallows (2010); Powder (2010); Nowhere Boy (2009) – leia a crítica em Cine-Clube; Alfie (2004); The 51st State (2009); In the Name of the Father (1993); entre outros.

Recomendo demais a visita!

Missão Quase Impossível (2010)

•novembro 8, 2011 • Leave a Comment

Título original: The Spy Next Door

Ontem à noite assisti com as crianças o filme The Spy Next Door, do diretor Brian Levant, com o famoso ator de Hong-Kong, Jackie Chan.

Se o objetivo é se divertir em família, esse pode ser um bom programa ! O filme é cheio de ação e de cenas absolutamente inverossímeis, que podem nos render boas gargalhadas. E melhor, dá pra assistir à noite sem cair no sono e sem decepcionar a criançada!

Agora se você está a fim de “cinema de verdade”, é melhor convencer a molecada a pegar outro filme!

Meu Malvado Favorito (2010)

•novembro 8, 2011 • 5 Comments

Título original: Despicable Me

Dirigido por : Pierre Coffin e Chris Renaud

Escrito por : Cinco Paul, Ken Daurio

Com: Steve Carell, Jason Segel, Russel Brand

Fofinho !!! Melhor adjetivo que me vem à cabeça – explicitamente roubado do público teen – quando penso no filme « Meu malvado favorito », primeira animaçao da Universal Pictures. Nada além disso ! Depois de uma campanha de pré-estréia caprichada, com trailers bem elaborados, mostrando suas melhores (e únicas boas) falas – excelente teasers –  o filme apresenta um enredo um tanto quanto batido, com diálogos fracos, piadas infames, e um herói/anti-herói com um sotaque pra lá de esquisito (na versao dublada), e que, ainda por cima, em nenhum momento convence por sua maldade.

A história de um homem aparentemente mau, que se curva diante do charme de umas menininhas orfas – únicas a enxergar além da « fantasia » de malvado –   já deu o que tinha que dar…

Ao lado de Shrek 4 e de Toy Story 3, ambos lançados neste verao (do hemisfério norte, claro) « Meu malvado favorito » ficou pequenininho, como que encolhido pela poderosa máquina disputada pelos viloes do filme, cujo grande objetivo era o de encolher a lua e assim chamar a luz para si !

Se o objetivo da Universal, por sua vez, era o de ofuscar o brilho crescente da Pixxar – dona de enormes sucessos como Toy Story, Procurando Nemo, Monstros SA, Wall-E, entre outros – faltou muito pra que o roubo deste astro pudesse desviar a atençao dos espectadores frente aos diálogos inteligentíssimos entre o burro e o ogro ; ou para que « Meu malvado favorito » fosse, quem sabe, capaz de despertar emoçoes tao fortes e verdadeiras como aquelas produzidas pelos fantásticos enredo e roteiro de Toy Story 3. Boa tentativa ! Quem sabe no próximo !

Casamento ou Luxo (1923)

•novembro 8, 2011 • Leave a Comment

Título original: A Woman of Paris

Dirigido e escrito por Charles Chaplin

Música: Charles Chaplin

Com Edna Purviance

Este filme de Charles Chaplin é uma jóia rara que, infelizmente, não teve a aceitação devida à época em que foi lançado.

Um dos raros exemplos de Drama idealizado e produzido pelo genial diretor, roteirista, produtor, ator e compositor que foi Chaplin.

Sem dúvida alguma, este é um Chaplin diferente. Pra começo de conversa, ele não atua neste filme. Apenas faz uma aparição relâmpago (como figurante) em uma única cena, que desafio quem consiga identificar…

O filme é maduro, sério, inteligente e extremamente ousado pra época. Talvez justamente daí sua má aceitação.

Trata-se da história de Marie, uma francesinha humilde, que, decidida a se casar com o jovem Jean, e sem ter a aceitação do pai, resolve fugir com o amado. No entanto, na hora de partir, um incidente os impede de partirem juntos e os dois vêem seus destinos seguirem rumos bem diferentes. Alguns anos depois, eles se reencontram em Paris. Ele, ainda o mesmo rapaz humilde que levou adiante seu sonho de se tornar artista. Ela, bastante mudada, vivendo uma vida bem diferente da que levava, tendo se tornado a amante de um riquíssimo empresário de Paris.

O filme é uma pérola em sua concepção, expressividade e modernidade. Mesmo sendo mudo, e composto pelos tradicionais planos fixos da época, «A Woman of Paris» é encantador, cheio de passagens inteligentes e absolutamente contemporâneas. Um bom exemplo é o da hora em que Marie declara a seu amante, Pierre, que está infeliz pois deseja se casar, ter filhos e ganhar o respeito de um homem. Como resposta, ele aponta, pela janela, para um casal que atravessa a rua com seus filhos, oferecendo a ela e a nós espectadores – em um fantástico plano subjetivo – a maternidade representada de uma maneira nada romântica, muito menos glamorosa. O pai puxa um filho, carrega outro no colo, briga com a esposa, grita com as crianças, tudo na mais absoluta pobreza e falta de harmonia. Um tipo de imagem jamais pintada antes no cinema, capaz de fazer a protagonista (e os espectadores) pensar se é esse o tipo de vida que ela deseja, comparando-a à vida de luxo que ela leva ao lado de Pierre (seu amante milionário).

É ou não é um questionamento atual? Quantas somos hoje a nos digladiar diariamente entre ser mãe ou profissional, ser da casa ou do mundo, do dia ou da noite… como se o meio-termo não fosse jamais uma opção plausível!

Um filme que, sem dúvida alguma, merece ser assistido e aplaudido!

As Aventuras de Tintim (2011)

•novembro 8, 2011 • Leave a Comment

Veja o trailer aqui!

Título original: The Adventures of Tintin – The Secret of the Unicorn

Dirigido por : Steven Spielberg

Escrito por: Steven Moffat, Edgar Wright, Joe Cornish e HERGÉ

Com: Jamie Bell, Daniel Craig, Andy Serkis

Ação, muuuuita ação! Spielberg se esbaldou no uso do “motion capture” para a adaptação de uma das mais famosas “BDs” (Bande-dessinée) do mundo: Tintin.

Este filme de animação de Spielberg é tão “real” que assusta…

Tintin, o repórter de topetinho, meio adulto meio adolescente, criado pelo belga Hergé, é um personagem corajoso, curioso, leal, que está sempre se envolvendo em mistérios pra lá de complexos, acompanhado pelo seu fiel cachorrinho branco, Milu (Snowy).

Os enredos das histórias de Hergé são sempre interessantíssimos, misturando ficção com História de verdade (com H) e com informações super pesquisadas, saídas das não tão mais em uso enciclopédias ou tiradas de alguma National Geographic.

No caso desta super-produção de Spielberg e de Peter Jackson (diretor de O Senhor dos Anéis), vários enredos se misturam – “O Segredo do Licorne”, “O Caranguejo das Pinças de Ouro” e “O Tesouro de Rackham, o Terrível” – para formar uma única estória. O que seja talvez a causa de uma trama levemente confusa, e quem sabe, por isso mesmo, um tanto quanto “acelerada”!

O filme começa, na verdade, em um ritmo normal, nos introduzindo pouco a pouco aos mistérios do enredo e dos personagens. O ritmo vai, então, ganhando velocidade, se acelerando, chegando mesmo a se tornar frenético por demasiado tempo…

Os traços simples de Hergé foram substituídos por animação de alta tecnologia, capaz de dar a esta arte ares de realidade (de fotografia, de fotogramas, de cinema “live action”). Até aí tudo bem (ou ótimo), afinal estamos falando de mídias diferentes e de tempos também bem diferentes.

E, sem dúvida alguma, o filme é tecnologicamente extraordinário, não há como negar. Em vários momentos, temos a certeza de estarmos diante de imagens reais, e não de animação.  As cenas no mar, no deserto, ou mesmo as expressões dos personagens são absolutamente fantásticas! A música é também magnífica! A trilha composta por John Williams (compositor para Harry Potter, Star Wars) é de primeira categoria, envolvente, grandiosa, digna de uma super produção!

Só acho que Spielberg se empolgou um pouco demais com seu novo brinquedinho (“motion capture”) e não soube a hora de desacelerar, de dar pequenas pausas entre as longas sequências de ação do filme, de se envolver mais com a trama e com os personagens.

Admito que terminei o filme cansada. Cansada de tanta ação, de tanto barulho (não da música!), de tanta tecnologia…

“As Aventuras de Tintim” é um filme indicado para todos aqueles que gostam de aventuras, de ação, animação, tecnologia e do personagem Tintim, evidentemente. Só espero que os fãs do rapaz de topetinho não cheguem lá esperando uma cópia fiel às originais BD’s (Bandes Dessinées)…

Réquiem para um Sonho (2000)

•novembro 8, 2011 • Leave a Comment

Título original: Requiem for a dream

Diretor : Darren Aronofsky

Com : Ellen Burstyn, Jared Leto, Jennifer Connelly, Marlon Wayans.

Pesado, angustiante, sombrio e excelente !

Requiem for a Dream é um filme sobre diversos tipos de drogas, dependências e vícios que compõem o confuso tecido da sociedade do espetáculo em que vivemos nos anos 2000.

Drogas que dão « barato », que funcionam no início como um estimulante, como um remédio que nos faz acreditar que nossos sonhos são viáveis, possíveis, tangíveis… até se tornarem vícios verdadeiros, nos levando ao fundo do poço, e transformando aqueles sonhos do início em pesadelos sem volta.

Dependências… como a de estar dentro do padrão estabelecido por seja lá quem for… uma indústria qualquer, de cosméticos, fármacos ou da moda. E assim, ser aceito pelos « amigos », colegas de trabalho, pela família, etc.

Uma mãe viúva e solitária. Um filho único dependente de drogas e que divide com a namorada e com um amigo os sonhos de um futuro de sucesso. Todos juntos e todos separados pelo vício das drogas.

O roteiro de Requiem for a Dream poderia perfeitamente ser o de um filme dos anos 1970, até mesmo pelo próprio estilo que Aronofsky imprime a sua obra, repleta de split-screens e outras técnicas bem caractéristicas daquela época.

No entanto, Aronofsky inclui aqui – de maneira profunda e bela – questões que embora sempre presentes no mundo, parecem atingir seu ápice nos anos 2000 : a solidão, a falta de afeto, a distância entre pais e filhos, entre amigos, vizinhos e sobretudo, a distância que, muitas vezes, nós mesmos estabelecemos hipotéticamente entre nós e os outros.

É uma pena que o filme seja composto de cenas tão fortes e dramáticas, senão seria uma excelente lição para pré-adolescentes, que estão a um passo de adentrar a vida « como ela é ».

Requiem for a Dream é recomendado para espectadores que vão ao cinema esperando um pouco mais do que apenas divertimento.

Peixe Grande e suas Maravilhosas Histórias (2003)

•novembro 8, 2011 • Leave a Comment

Título original: Big Fish

Dirigido por: Tim Burton

Escrito por: Daniel Wallace, John August

Com: Ewan McGregor,  Albert Finney, Jessica Lange, Marion Cotillard e Helena Bonham Carter

Simplesmente lindo!

Um filme que mistura com muito êxito o maravilhoso e o drama, em que o relato de uma vida é feito de uma maneira onde o fantástico e o real se confundem, se misturam, tornando-se um só gênero.

Tim Burton, por meio de inúmeros flash-backs banhados de uma luz intensa e onírica nos mergulha em uma história encantadora de um pai e de um filho que, depois de anos de convivência, vivem uma crise no relacionamento. O pai, homem de extrema criatividade, passa a vida a contar histórias mirabolantes em que ele é o protagonista. Ele tem assim a admiração do filho-menino. Portanto, na hora em que este menino se transforma em homem, as ricas histórias de seu pai não lhe bastam mais. Ele quer a verdade. Os fatos. O filho-homem sente que desconhece aquele pai em sua real versão. Ele sofre por achar que tudo o que sabe sobre aquele homem com quem conviveu por tantos anos  é apenas uma lenda, uma farsa, uma grande mentira.

O pai, por sua vez, não consegue lhe contar as coisas de outra maneira e acaba perdendo seu filho, que decide se afastar de vez. É preciso que uma doença o traga de volta pra casa e para o diálogo com o pai.

Neste reencontro, o filho vai descobrir pouco a pouco os segredos e verdades sobre este grande contador de histórias que é seu pai.

Um filme leve, plasticamente bonito e ao mesmo tempo carregado de emoções diversas; capaz de nos fazer refletir sobre nossa eterna busca por explicações racionais sobre todas as coisas, o que nos impede muitas vezes de enxergar a magia de pequenos instantes de nossa realidade.

Big Fish é ainda um grande convite à reflexão sobre como enxergamos os nossos próximos mais próximos e como lidamos com  nossas diferenças.

Um filme que recomendo a pessoas de todas as idades – filhos e pais, filhas e mães, avôs e netos, avós e netas.

O Garoto de Liverpool (2009)

•novembro 8, 2011 • 4 Comments

Título original: Nowhere Boy

Dirigido por: Sam Taylor-Wood

Escrito por: Matt Greenhalgh

Com Aaron Jonhson, Kristin Scott Thomas, Anne-Marie Duff, Thomas Brodie-Sangster

Simples, despretensioso, mas forte em emoções!

O filme da diretora Sam Taylor-Wood conta a história de John Lennon antes da fama. Na verdade, relata o momento exatamente anterior ao que definiria o destino de Lennon, nos mergulhando em seu mundo adolescente, repleto de angústias, indagações, dúvidas, revoltas, rebeldia e de uma grande carência afetiva.

Para os que não estão familiarizados com a história pessoal dos Beatles, este filme é uma bonita aquisição, nos revelando um mundo frágil, sofrido e irreverente, contado de uma maneira carinhosa, cuidadosa, bela (fotograficamente falando), apesar de não conter nenhuma originalidade cinematográfica.

“Nowhere boy” nos mostra um momento crucial, difícil e extremamente doloroso na vida de um jovem dividido entre duas mulheres: uma mãe distante, arrependida e angustiada por suas escolhas infelizes; e uma tia, protetora, amorosa à sua maneira, mas extremamente fria e exigente. Um mundo bipartido entre o prazer – representado pela música e pela mãe – e a segurança dos estudos e de uma vida “equilibrada”, representada pela tia Mimi.

Para os fãs dos Beatles (quase o mundo todo, imagino) o filme pode também interessar por mostrar alguns locais capitais no percurso da banda, como o portão vermelho do “Strawberry Fields” ou o “Cavern Club”, lugar em que os Beatles se apresentaram 292 vezes (de fevereiro de 1961 a agosto de 1963).

Mas não esperem um grande filme sobre os “Fab Four”, pois “Nowhere boy” não é um filme sobre a banda, mas sobre o mundo de John adolescente. O que não é sem interesse, claro.

Ao mesmo tempo, o encontro com Paul McCartney, apesar de pouco explorado por seu lado emocional,  pode encher os olhos e a alma de um fã… afinal de contas, só de imaginar que dali surgiria o que foi, o que é e o que sempre será os Beatles, já é o suficiente para causar arrepios.

“Nowhere boy” é um filme indicado para os fãs dos Beatles, fãs de John Lennon, fãs de Paul McCartney, fãs de música ou simplesmente pra quem está a fim de assistir a um filme bonito, mas sem grandes pretensões a se tornar um marco na história do cinema.

 
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