As Aventuras de Tintim (2011)
Título original: The Adventures of Tintin – The Secret of the Unicorn
Dirigido por : Steven Spielberg
Escrito por: Steven Moffat, Edgar Wright, Joe Cornish e HERGÉ
Com: Jamie Bell, Daniel Craig, Andy Serkis
Ação, muuuuita ação! Spielberg se esbaldou no uso do “motion capture” para a adaptação de uma das mais famosas “BDs” (Bande-dessinée) do mundo: Tintin.
Este filme de animação de Spielberg é tão “real” que assusta…
Tintin, o repórter de topetinho, meio adulto meio adolescente, criado pelo belga Hergé, é um personagem corajoso, curioso, leal, que está sempre se envolvendo em mistérios pra lá de complexos, acompanhado pelo seu fiel cachorrinho branco, Milu (Snowy).
Os enredos das histórias de Hergé são sempre interessantíssimos, misturando ficção com História de verdade (com H) e com informações super pesquisadas, saídas das não tão mais em uso enciclopédias ou tiradas de alguma National Geographic.
No caso desta super-produção de Spielberg e de Peter Jackson (diretor de O Senhor dos Anéis), vários enredos se misturam – “O Segredo do Licorne”, “O Caranguejo das Pinças de Ouro” e “O Tesouro de Rackham, o Terrível” – para formar uma única estória. O que seja talvez a causa de uma trama levemente confusa, e quem sabe, por isso mesmo, um tanto quanto “acelerada”!
O filme começa, na verdade, em um ritmo normal, nos introduzindo pouco a pouco aos mistérios do enredo e dos personagens. O ritmo vai, então, ganhando velocidade, se acelerando, chegando mesmo a se tornar frenético por demasiado tempo…
Os traços simples de Hergé foram substituídos por animação de alta tecnologia, capaz de dar a esta arte ares de realidade (de fotografia, de fotogramas, de cinema “live action”). Até aí tudo bem (ou ótimo), afinal estamos falando de mídias diferentes e de tempos também bem diferentes.
E, sem dúvida alguma, o filme é tecnologicamente extraordinário, não há como negar. Em vários momentos, temos a certeza de estarmos diante de imagens reais, e não de animação. As cenas no mar, no deserto, ou mesmo as expressões dos personagens são absolutamente fantásticas! A música é também magnífica! A trilha composta por John Williams (compositor para Harry Potter, Star Wars) é de primeira categoria, envolvente, grandiosa, digna de uma super produção!
Só acho que Spielberg se empolgou um pouco demais com seu novo brinquedinho (“motion capture”) e não soube a hora de desacelerar, de dar pequenas pausas entre as longas sequências de ação do filme, de se envolver mais com a trama e com os personagens.
Admito que terminei o filme cansada. Cansada de tanta ação, de tanto barulho (não da música!), de tanta tecnologia…
“As Aventuras de Tintim” é um filme indicado para todos aqueles que gostam de aventuras, de ação, animação, tecnologia e do personagem Tintim, evidentemente. Só espero que os fãs do rapaz de topetinho não cheguem lá esperando uma cópia fiel às originais BD’s (Bandes Dessinées)…