A Viagem (2012)
Para ver o trailer, clique aqui!
Origem: EUA
Diretor: Tom Tykwer, Andy Washowski, Lana Washowski
Roteiro: Tom Tykwer, Andy Washowski, Lana Washowski
Com: Tom Hanks, Halle Barry, Hugh Grant, Susan Saradon, Hugo Weaving
O título escolhido para o filme no Brasil não poderia ser mais preciso… Cloud Atlas é “a maior viagem”!!!
Baseada no livro do escritor britânico David Mitchell, publicado em 2004, grande sucesso de vendas e de crítica (ganhou British Book Award de Ficção Literária, foi pré-selecionado para o Man Booker Prize, etc), a versão cinematográfica não foi assim tão bem sucedida quanto o livro. Com um roteiro extremamente confuso, uma montagem desacertada, uma maquiagem de não se acreditar de feia para a tecnologia de hoje, o filme dá pena pelo que poderia ter sido e pelo bom elenco que tem: Susan Saradon, Hugh Grant, Tom Hanks, etc.
Se você ficou perdido quando assistiu Inception (2010), se demorou para se encontrar no roteiro de Matrix (1999) ou de Amnésia (2000), prepare-se para A Viagem.
A trama da mais recente realização dos irmãos Washowski e de Tom Tykwer é muito, mas muito mais complexa ainda! Pelo menos para mim e para minha família, que assistiu ao meu lado…
Não vou nem tentar contar a história do filme pois não sou capaz de repeti-la de forma coerente e inteligível. Reconheço aqui minha incompetência. Tudo o que posso dizer é que o filme conta seis histórias distintas, que acontecem em tempos (eras) diferentes e que se conectam umas às outras. (Really?) Ou, pelo menos, isso é o que fazem crer as resenhas, artigos e críticas sobre o filme. E também sobre o livro de base, é claro.
Porém, entre a forma de narração do livro e aquela levada à tela, algo aconteceu. Algo “saiu do script”.
Passei as mais de duas horas do filme tentando entender as conexões e tentando encaixar as peças desse grande “puzzle”. E, pior, me sentindo a mais ignorante das ignorantes por não conseguir entender esse caleidoscópico roteiro.
Na manhã seguinte do filme (assisti à noite), ainda encucada e incomodada com minha incompetência, travei uma longa discussão sobre o filme com meu marido. Eis que chegamos a algumas conclusões:
- A mensagem mais clara (pra mim, pelo menos) é a de que em todas as épocas da história, a humanidade será sempre divida entre os que mandam e os que são mandados, entre os manipuladores e os manipulados;
- Por sorte, sempre há alguém – um ser iluminado – capaz de levantar sua voz em meio à multidão e caminhar na direção contrária, em busca de justiça e de liberdade;
- Infelizmente, na maior parte dos casos, essa voz que se ergue acaba sendo calada, o ser iluminado oferecendo-se em sacrifício;
- Mas nada é em vão, já que a mensagem de luta por justiça e liberdade acaba sendo passada. Nem que seja para uma única pessoa, que, por sua vez, levará adiante e recomeçará um novo ciclo, em uma nova era, lutando igualmente para fazer valer esse ideal.
E no meio de tudo isso, há ainda questionamentos sobre reencarnação, religião, ética, moral, etc. Mas tudo é tãooooo confuso. Precisava ser assim?
Para entender melhor o filme, leia o excelente artigo do Zeca Camargo, no link abaixo, que explica bem melhor o filme. Quem sabe fica mais fácil entender essa VIAGEM!
Nossa Lilia, fiquei super curiosa para ver! Eu gostei de Inception, mas só depois de 1 semana de ver o filme e entender um pouco mais. Você levou só 2h, então eu sou a ignorante e vc a gênia! 😉 Adorei a crítica! Bjs
Karina, depois que você assistir ao filme a gente conversa e discute. Vamos ver se entendemos as mesmas coisas. Eu também gostei bastante de Inception que, apesar de confuso ou complexo, conseguiu ter um sentido pra mim. Já este, achei muita « forçação de barra », apesar de saber, mesmo antes de começar, que as histórias estariam todas ligadas… Acho que o problema maior foi a montagem. A escolha pela desconstrução é legal, mas tem limite. Senão fica dadaísta demais, difícil demais de entender e fácil demais para se distrair ou de se cair no sono! Bjs e obrigada pelo comentário.