Os Miseráveis (2012)

Veja o trailer aqui!

Título original: Les Misérables   Os-Miseraveis

Origem: EUA

Diretor: Tom Hooper

Roteiro: William Nicholson, Alain Boublil, Claude Michel Schönberg, Herbert Kretzmer

Com: Anne Hathaway, Hugh Jackman, Russell Crowe, Amanda Seyfried, Sasha Baron Cohen, Helena Bonham Carter.

Primeira coisa a ser dita: trata-se de um musical!

Pode parecer óbvio, mas esta informação é de suma importância, pois ela pode (e deve) ser decisiva na hora de sua escolha de ir ou não ao cinema para assistir Os Miseráveis.

Caso você goste de musicais, vá em frente, compre seu bilhete e se deixe levar por este filme, baseado na obra de Victor Hugo, ou mais precisamente, no musical encenado na Broadway, inspirado, por sua vez, na obra do grande escritor francês.

Agora, se você for do tipo que acha chato (ou mesmo ridículo) ficar ouvindo cada linha de texto ser dita em forma de canção, esqueça! Não vá ao cinema. Alugue depois para ver em casa, se achar que vale a pena. Mas, por favor, não atrapalhe o prazer dos que conseguem embarcar nesta viagem. Não há nada pior do que ser abduzido do filme pelas risadinhas ou piadinhas de vizinhos mal educados.

A obra de Victor Hugo – mil vezes revisitada – conta a história de um homem, Jean Valjean (Hugh Jackman) que vai preso por haver roubado um pão para matar a fome de seu sobrinho. Depois de cumprir sua longa pena, ao contrário de ser liberado, ele é surpreendido com a informação de que continuará ali até o fim de sua vida. Indignado com a notícia, ele foge e erra pelo mundo, tentando recomeçar sua vida. Mas todos fecham as portas a um ex-presidiário sem papéis. Jean Valjean passa frio, fome, dorme na rua, até ser socorrido por um padre. Ele lhe dá pão, abrigo e esperança. Dali a alguns anos, com outro nome, ele se tornará prefeito de uma cidade e um defensor dos pobres e oprimidos. Um homem sedento de justiça que, ao se dar conta de não ter sido capaz de impedir a demissão injusta de uma de suas funcionárias – Fantine (Anne Hathaway) – acaba prometendo-lhe zelar por sua filha Cosette.

A produção é grandiosa! A cena de início, no navio é digna de grandes épicos. A música, naturalmente, é fantástica  (para quem aprecia musicais, claro)! Tudo é over, exagerado, como no teatro.

Repito: estamos aqui diante de um musical transformado em filme! Não vá, portanto, esperando nada de muito real.

Ao contrário, os inúmeros closes nos rostos calculadamente sujos dos atores são testemunhos dessa falta de compromisso com o real. No entanto, ajudam-nos a adentrar aquele mundo musical e a viver bem de perto as emoções dos personagens.   As tomadas aéreas, que contrastam fortemente com os closes, no entanto, lançam um qualquer olhar divino sobre aquele povo tão sofrido, servindo também para separar as sequências (ou os atos) do filme.

Assim sendo, encare Os Miseráveis de Tom Hooper como uma fábula! Uma história de onde se pode tirar uma moral. Ou, em caso extremo, até como um tipo de Ídolos (ou X-Factor, The Voice, etc), em que os atores hollywoodianos têm que provar suas habilidades musicais.

Aprecie cada plano como se fosse um quadro vivo! Eles são belos, bem estudados, bem enquadrados (mesmo com seus ângulos esdrúxulos)! Sua tonalidade escura reflete bem a dor dos miseráveis, dos injustiçados franceses daqueles tempos, daquele povo que carecia  tanto de luz.

E você verá, então, que vale a pena! O elenco é bom! Hugh Jackman está excelente! Anne Hathaway também, tanto que levou o Oscar de Melhor Atriz coadjuvante domingo passado. É verdade que Russell Crowe pena um bocado para cantar, tendo certa dificuldade para convencer-nos na pele do malvado Javert. Mas, mesmo assim, o filme ainda vale, nem que seja como uma nova experiência cinematográfica.

Vamos lá, abra seu coração e receba Os Miseráveis como ele é! Esqueça por algumas horas (o filme é bem longo!) o mundo real. Não fique o tempo todo pensando que no dia-a-dia ninguém canta suas falas daquele jeito. Mergulhe nesta fábula de corpo e alma. E deixe-se levar pelas músicas, pela interpretação e pela beleza dos planos!

Um filme PRA SE DISTRAIR e PRA PENSAR (caso você consiga de fato embarcar na viagem).

~ by Lilia Lustosa on fevereiro 27, 2013.

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