A Filha do Pai (2011)

Veja aqui o trailer!

Título original: La Fille du Puisatier    7674499087_la-fille-du-puisatier

Origem: França

Diretor: Daniel Auteuil

Roteiro: Daniel Auteuil (da obra original de Marcel Pagnol)

Com: Daniel Auteuil, Sabine Azéma, Kad Merad, Astrid Berges-Frisbey, Nicolas Duvauchelle

Singelo, puro, bucólico e belo!

O filme de estreia de Daniel Auteuil como diretor é banhado de sol, de uma luz tão intensa que faz lembrar aquela luz que tanto procuravam os pintores impressionistas. A sequência inicial, aliás, parece saída de uma exposição expressionista, com quadros de paisagens ensolaradas, com a linha do horizonte ocupando o alto da tela. Um verdadeiro colírio para os olhos!

Trata-se na verdade de um remake do filme de Marcel Pagnol*, lançado em 1940 e estrelado por Raimu, no papel do pai / puisatier, e pelo grande ator cômico francês Fernandel (na versão atual, substituído por Kad Merad).

O filme conta a história de Patricia (Astrid Berges-Frisbey) – uma jovem que acaba de completar seus 18 anos, filha de Pascal Amoretti (interpretado divinamente pelo próprio Daniel Auteuil), um simples puisatier (um cavador / desentupidor de poços) – e de sua paixão arrebatadora por Jacques (Nicolas Duvauchelle), piloto, filho de um homem abastado, comerciante e proprietário de terras. Um relacionamento fadado ao fracasso em função da diferença social entre os dois amantes.

Patricia, que é uma moça muito trabalhadora e honesta, se encanta e se deixa seduzir pelo jovem piloto, engravidando logo no segundo encontro. Um verdadeiro escândalo para a época e para um vilarejo da Provence francesa.  E, para piorar a situação, antes mesmo do terceiro encontro do casal, Jacques é subitamente enviado para a guerra, sem que consiga nem se despedir da moça.

A partir deste mote o filme vai, então, desenvolver-se, com um bom equilíbrio de humor e drama, colocando em jogo as tradições, os costumes locais, as diferenças sociais e, sobretudo, os sentimentos verdadeiros de pessoas bem diferentes.

De um modo geral, a mise-en-scène é simples, assim como são o próprio enredo e as soluções encontradas para a trama. Há, porém, muitas elipses que permitem acompanharmos o desdobrar de toda a história, mas que, por vezes, parecem um pouco bruscas demais, dando-nos a impressão de um certo problema de continuidade. Mas nada que atrapalhe a compreensão dos acontecimentos. Imagino que isso se deva, sobretudo, à tentativa de Auteuil de se manter fiel à obra de Pagnol e, portanto, à estética e “aos costumes” dos filmes da época.

A trilha sonora, assinada por Alexandre Desplat, é magnífica e casa muito bem com as imagens do filme. As músicas são de uma luminosidade, de uma intensidade e de uma poesia dignas da Provence e dos quadros impressionistas!

A Filha do Pai é um presente para os olhos e para os ouvidos! Um filme PRA SE DISTRAIR e PRA SE ENCANTAR.

* Para quem se interessar, o filme original pode ser visto na íntegra pelo Youtube.

~ by Lilia Lustosa on janeiro 13, 2013.

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