Starbuck (2012)

Veja o trailer aqui!

Título original: Starbuck  

Origem: Canadá

Diretor: Ken Scott

Roteiro: Ken Scott, Martin Petit

Com: Patrick Huard, Julie LeBreton, Antoine Bertrand

Na semana passada, comentei, em minha crítica, sobre o talento dos franceses para bolar comédias capazes de nos fazerem refletir sobre a vida e o mundo. Gênero que chamei de comédia filosófica. Nesta semana, mudando de continente, mas continuando com a mesma língua (ou quase), gostaria de falar hoje sobre as comédias canadenses – ou, mais precisamente, québécoises – que estão mais para o gênero comédia do encantamento.

Os québecois, assim como seus colonizadores franceses, têm também o dom de produzirem comédias inteligentes, que nos colocam para pensar, refletir, filosofar. Porém, além dessa capacidade, as comédias canadenses têm um algo mais. Um quê de magia que encanta as plateias de forma sutil, discreta e cândida. Por mais bobo que seja o tema, os canadenses grosso modo têm, portanto, esta capacidade de encantar, de nos fazer terminar o filme com aquela sensação gostosa no peito que não sabemos nem dar nome.

E esse é o caso de Starbuck, do diretor Ken Scott. O filme tem tudo para ser um besteirol, já que conta a história de um quarentão meio perdido na vida, meninão, irresponsável, que, quando jovem, doava esperma a fim de juntar uma graninha extra (coisa legal à época) sob o pseudônimo de Starbuck. Um belo dia, quando acaba de descobrir que vai ser pai pela primeira vez, ele descobre também que seus espermas – de excelente qualidade – geraram 533 filhos. Dos quais 142 reclamam conhecer a identidade de seu pai biológico.

É dada, então, a partida para um besteirol cheio de charme e de encantamento.

Vivendo um período de crise, dividido entre revelar sua identidade ou continuar se escondendo sob o velho pseudônimo de Starbuck, o protagonista David Wozniak (Patrick Huard) mergulha, então, em um mar de angústias, sofrimentos, arrependimentos. Mas também, em um mar de descobertas,  de águas nunca dantes navegadas. Aguas de novos sentimentos, de novos caminhos que podem conduzi-lo a uma vida diferente.

O filme caminha, assim, pela trilha das investigações sobre a identidade do pai biológico dos 142 filhos de Starbuck, em uma narração bem ritmada, bem construída, que nunca perde o fôlego. E assim, pouco a pouco, vai desenvolvendo temas como a paternidade responsável, amizade, honestidade, leviandade, camaradagem, carência. Tudo de maneira terna, cândida, suave. Sem perder nunca de vista o lado cômico, divertido e leve.

Starbuck foi um dos maiores sucessos de bilheteria no “Canadá francês” no ano passado, despertando inclusive o interesse de grandes estúdios americanos, tais como o do Dreamworks – sob o comando de Steven Spielberg – que, aliás, já comprou os direitos para produzirem a versão anglófona, com início previsto para outubro deste ano.

Um filme PRA SE DISTRAIR, PRA RIR e PRA PENSAR sorrindo.

~ by Lilia Lustosa on setembro 30, 2012.

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