Oslo – 31 de Agosto (2012)

Veja aqui o trailer do filme!

Título original: Oslo 31 August   

Origem: Noruega

Diretor: Joachim Trier

Roteiro: Joachim Trier, Pierre Drieu La Rochelle

Com: Anders Danielsen Lie, Hans Olav Brenner, Ingrid Olava

Angustiante, realista, sofrido, lento, mas muito bom! Um grito mudo de socorro de uma alma despedaçada!

O segundo longa metragem de Joachim Trier (parente distante do brilhante Lars von Trier) é baseado no romance Feu Follet, de Pierre Drieu La Rochelle, e conta a história de Anders (Anders Danielsen Lie), um jovem de 34 anos, ex-viciado em drogas que, após um longo tratamento  de desintoxicação, tenta se reinserir na sociedade e em sua própria vida.

No seu primeiro dia de liberdade – que é também o último dia do verão europeu – antes de se apresentar para uma entrevista de emprego, Anders tenta restabelecer contato com seus amigos e com sua família, a fim de resgatar seus afetos, seus laços, sua autoestima. Tudo em vão.

O filme vai girar, então, em torno da dificuldade de Anders de reconquistar a confiança e o amor das pessoas e principalmente os de si próprio, numa tentativa de mudar uma imagem feita anteriormente, numa mistura constante de esperança e desassossego.

As falas e diálogos do filme são excelentes e nos fazem mergulhar em um mundo de reflexões sobre os verdadeiros valores da vida. Questões como sentimentos, intelectualidade, sonhos, vaidades, família, amizade são levantadas e visitadas.

A sequência em que Anders está sozinho em um café é absolutamente genial!  A câmera vai girando, filmando-o de diversos pontos de vistas diferentes, enquanto o áudio nos apresenta trechos de conversas variadas vindas de pessoas distintas. Uma colcha de retalhos ou um quebra-cabeça que, por meio de peças diferentes, acaba fazendo todo sentido! Anders é, ao mesmo tempo, o centro de tudo – do filme, de sua vida, de seus problemas – e é também o centro de nada. Não se sente querido nem amado. O mundo gira, vive, acontece e ele centrado apenas nele mesmo e na tentativa desesperada de encontrar um sentido para vida ou, quem sabe, uma mão estendida para ampará-lo.

Esse sentimento de exclusão e de isolamento é evidenciado ainda pelos vários silêncios do filme. Um silêncio que sufoca, que angustia, que mata. Mas que também encanta pela escolha tão adequada e pertinente do diretor.

A montagem – em alguns momentos desorganizada e desconstruída, com cenas do futuro vindo antes do presente – dá uma certa dinâmica à narração lenta do filme e retrata bem o estado de alma totalmente despedaçada do protagonista.

O final do filme, previsível até para os que não leram o romance que lhe inspirou, é, apesar disso, acertado e bem feito, dando pleno sentido ao título e ao dia que marcou para sempre a vida deste jovem de 34 anos que só queria, no fundo, ser amado pelos seus.

Um filme excelente PRA PENSAR e PRA SE ANGUSTIAR que deveria ser visto por todos os pais, filhos e avós do mundo.

~ by Lilia Lustosa on julho 29, 2012.

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