O Abismo Prateado (2011)
Título original: O Abismo Prateado
Dirigido por: Karim Aïnouz
Escrito por: Beatriz Bacher
Com: Alessandra Negrini. Otto Jr, Thiago Martins.
Denso, angustiante, profundo e lento!
O filme do diretor cearense Karim Aïnouz foi inspirado na música “Olhos nos Olhos”, de Chico Buarque. Toda a trama se passa em pouco mais de 24 horas, desde a noite anterior a uma separação até o fim da noite seguinte, que termina levando com ela o sentimento de ter chegado ao fundo do poço.
Após uma noite (aparentemente) comum na vida de um casal, o marido – Djalma (Otto Jr) – deixa uma mensagem na secretária eletrônica do celular de sua esposa – Violeta (Alessandra Negrini) – com uma informação que vai revirar a vida daquela dentista que, até então, acreditava viver uma vida feliz.
O filme é todo angústia. As cenas longas, a falta de diálogo (o filme tem muito poucas falas) e a escolha de deixar apenas o primeiro plano focalizado, tudo contribui para passar ao espectador a sensação de estar diante de um abismo, ou de cair nele. O sentimento que se tem é de “falta de chão”; e isso Alessandra Negrini conseguiu nos transmitir com sucesso. Junto com ela, mergulhamos no abismo, perdemos o foco da vida, nos desesperamos… até conseguirmos perceber (com ela e por ela) que há uma esperança, que tudo não está perdido.
A cidade do Rio de Janeiro se faz muito presente – através dos inúmeros planos do mar, da praia, das luzes da cidade – sendo praticamente mais um personagem do filme.
“O Abismo Prateado” foi selecionado para a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes 2011. E foi recebido com aplausos.
Trata-se de um filme de autor, sem dúvida. O que pode agradar alguns e desagradar muitos.
Recomendo aos que apreciam novas experiências cinematográficas, filmes de arte e/ou cinema não comercial.