Branca de Neve e o Caçador (2012)

Veja aqui o trailer do filme!

Título original: Snow White and the Huntsman  

Origem: EUA

Diretor: Rupert Sanders

Roteiro: Evan Daugherty, John Lee Hancock

Com: Kristen Stewart, Charlize Theron, Chris Hemsworth, Sam Claflin

Depois de alguns meses de espera, chega enfim às telonas a segunda adaptação do ano de Branca de Neve. Talvez não devesse, mas é impossível não comparar as duas versões do conto dos Irmãos Grimm, que saem em 2012, em um intervalo tão curto de tempo.

Espelho, Espelho Meu, de Tarsem Singh é alegre, colorido, caricato, kitsch, divertido, tal qual o sorriso largo da simpática madrasta Julia Roberts. Além de doce e cândido como o próprio rosto da novata Lily Collins. Dá até pra enxergarmos os passarinhos, coelhos e veadinhos cantando em volta dela, como na versão Disney que habita nossas cabeças de criança. Para saber um pouco mais, veja a crítica publicada em 29 de abril , neste mesmo site.

A versão recém-lançada de Rupert Sanders é, no entanto, bem diferente. Escuro, sombrio, tenso, no melhor estilo conto-fantástico-aventura-filme-de-batalha, Branca de Neve e o Caçador caminha mais pelas vias das grandes sagas fantásticas como Crônicas de Nárnia ou Senhor dos Anéis.  De cenário grandioso, cheio de monstros e figuras mágicas e assustadoras, passando pela atriz-vampira queridinha dos adolescentes, Kristen Stewart, no papel de Branca de Neve, e do ator Chris Hemsworth – de Thor (2011) e do recente blockbuster Avengers (2012) – tudo é feito para atrair em cheio o público adolescente.

Esqueçam a heroína frágil, ingênua, doce, que encanta passarinhos e anões. Essa Branca de Neve é uma prisioneira despenteada, suja, mal vestida e de unhas imundas, que foge por uma Floresta Negra, cheia de bichos esquisitos, perigosos e nojentos. Ela é corajosa, embora conhecedora dos seus limites, consciente do poder da rainha e da necessidade de ajuda para sobreviver. Da original restam a pele branca, os cabelos negros, as mangas bufantes e o coração bondoso. Coração esse que encanta não só um príncipe, mas dois guerreiros, dois belos homens que se curvam diante de sua beleza, coragem e bondade.

A madrasta, por sua vez, é maleficamente linda! Encarnada pela belíssima Charlize Theron que exige um trabalho extremo de maquiagem a fim de convencer seu espelho mágico – e o público – de que sua beleza possa ser  suplantada pela de Kristen Stewart.

Os anões também não ficaram de fora desta versão! Eles estão lá sim, mas ao invés de sete, são oito… E, se prestarmos bem atenção às suas carinhas sujas de floresta, vamos reconhecer alguns rostos, e vamos, então, nos questionar se já não os vimos mais altos em outros tempos (ou filmes)!

Um ponto alto da versão de Sanders é a chegada de Branca de Neve a uma aldeia à beira-rio, habitada apenas por mulheres e meninas que, para eliminarem a possibilidade de se  tornarem algum tipo de ameaça à beleza onipotente da rainha, mutilam seus rostos, deixando-lhes cicatrizes eternas. Sem dúvida um desvio no conto dos Irmãos Grimm, mas nem por isso desinteressante.

Aliás, os desvios do conto original são diversos, assim como foram também no recente Espelho, Espelho Meu. Mas acredito que os espectadores já entenderam e aceitaram que os Irmãos Grimm foram apenas a inspiração, o ponto de partida para esta aventura-competição aberta a diferentes leituras e interpretações.

O primeiro longa metragem do inglês Rupert Sanders – um expert em filmes publicitários – é, de fato, grandioso em seu todo, mas talvez um pouco longo e distante da originalidade desejada.

Um filme PRA SE DISTRAIR, bom para os fãs de filmes fantásticos


3 Responses to “Branca de Neve e o Caçador (2012)”

  1. Ainda não assisti o filme, mas achei bizarro que as mulheres da aldeia mutilam os seus rostos para evitarem a perseguição da rainha. Certa vez um especialista em contos de fada aqui da Alemanha disse que estas histórias dos irmãos Grimm estão baseadas em fatos reais. Por exemplo, João e Maria retratam uma época de pobreza que assolou a Alemanha. Muitas crianças tiveram que migrar sozinhas do Norte para o Sul (Lago de Constança)e oferecer seu trabalho em troca de alimento. Por outro lado, a figura da mãe não é muito presente nos contos de fada porque muitas mulheres morriam durante ou logo após o parto. Posso imaginar que as madrastas desejavam realmente se livrar dos filhos do primeiro casamento do seu marido, garantindo que seus próprios filhos herdassem todos os bens.

    • Nadia, concordo com você que mutilar os rostos é estranho, mas em terra que beleza é sinônimo de morte, achei a solução bem interessante! Sem falar que toda a sequência no vilarejo é banhada de mistério, de partes escondidas, de mulheres com véu que vivem isoladas numa sociedade tornada feminista à força… Sem falar na engenharia do lugar, com casas montadas em cima de palafitas, com roda d’água, instrumentos de pescaria… achei tudo muito interessante e curioso! Acho que deve ser esse meu lado que adora filmes e livros de ficção, de distopias, de mundos inventados e bizarros! Quanto aos Irmãos Grimm, também já ouvi em alguma aula que os contos eram bem mais sombrios do que os pintados por Walt Disney, e que eles, de fato, eram escritos para colocarem medo nas crianças… talvez daí a inspiração do diretor! Quanto ao papel e à presença das mulheres na sociedade alemã, eu, infelizmente desconheço, mas achei bem interessante sua colocação! Por que não pesquisamos isso aí? Beijos e obrigada pelo comentário!

  2. Ainda não assisti o filme,mas eu acho que deve ser otimo e muito curioso!

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