Zaytoun (2012)

Veja o filme aqui!

Título original: Zaytoun

Origem: Israel / Inglaterra   5pqjx_480x270_2ida81

Diretor: Eran Riklis

Roteiro: Nader Rizk

Com: Stephen Dorff, Adallah El Akal, Ali Suliman, Alice Taglioni

Previsível, mas lindo!

Embora a crítica especializada tenha sido bem dura com o último filme do diretor israelita Eran Riklis – mesmo diretor do excelente Lemon Tree e de A Missão do Gerente de Recursos Humanos, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2010 – Zaytoun é bonito, emocionante e nos toca lá no fundo!

Tudo bem que o filme é sim super previsível. Impossível não concordar. Há vários momentos em que, de fato, podemos adivinhar o que nos espera na cena seguinte, o que não é lá muito bem visto pelos profissionais da área. Mas who cares? Para olhos “leigos”, que vão ao cinema em busca de um filme que emocione, que trate de um assunto delicado de maneira igualmente delicada, vale sim a pena!

A história se passa em 1982 em uma Beirute em ruínas e gira em torno do nascimento da amizade entre dois inimigos. De um lado Fahed (Abdallah El Akal), pré-adolescente palestino apaixonado por futebol. Ele usa, aliás, uma camisa da seleção brasileira durante o filme quase todo e se auto-intitula Zico. O menino vive em um campo de refugiados palestinos e é obrigado a frequentar um treinamento para se tornar um bom “defensor da Palestina”.

De outro lado está Yoni (Stephen Dorff), piloto israelita, que se torna prisioneiro dos palestinos após bombardear Beirute e ter seu avião atingido pelo inimigo. Fahed é um dos responsáveis por vigiar o importante prisioneiro.

Depois de perder seus entes mais queridos, o menino decide fazer um acordo arriscado com o inimigo a fim de atravessar a fronteira e retornar (no caso dele, conhecer) à terra prometida, levando consigo uma pequena oliveira, herança de seu pai.

A partir daí o filme transforma-se num road movie menos interessante do que poderia ter sido, já que nenhum assunto é devidamente aprofundado e a história acaba ficando mais na superfície dos temas, bem como nas bordas dos sentimentos dos personagens. Sem falar que as situações de tensão esperadas numa fuga desse porte acabam sendo escassas e de fácil resolução. Podemos, no entanto, aproveitar a ocasião para nos regalarmos com belos planos do interior do Líbano. Lindo, lindo!

No entanto, a maior riqueza de Zaytoun seja talvez a de mostrar o dia-a-dia em uma cidade em guerra. A de fazer-nos viver um pouco aquele inferno ali. Como é possível viver no meio do caos? Como é possível para uma criança  preservar (ou não) sua infância diante de tanto sofrimento? É dolorido ver Beirute toda destruída, pessoas morrendo nos quatro cantos. As cenas da escola com porta-retratos no lugar das crianças ausentes (mortas), vítimas da guerra é de cortar o coração. E apesar de toda a dor daquela gente, a vida tem que continuar, tem que seguir em frente. Aos trancos e barrancos, do jeito que der.

Zaytoun pode não ser um filmão, mas emociona, toca. Ele nos faz pensar que o que mais distingue inimigos em uma guerra é sua situação geográfica. Por acaso, um está de um lado e o outro do outro. Por acaso um nasceu em Israel, outro no Líbano. Fora isso, todos são iguais. Fora isso, todos somos iguais e queremos a mesmíssima coisa: ser feliz e viver em paz.

Um filme PRA PENSAR.

 

 

 

 


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